Em receita, a alta nas vendas foi de 12%, para R$ 80,2 bilhões
A indústria farmacêutica nacional cresceu 5% em volume comercializado no primeiro semestre deste ano, totalizando 5,7 bilhões de unidades, de acordo com dados da Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac) com base em indicadores do Ministério da Saúde e da IQVIA, que audita as vendas no varejo farmacêutico. Em receita, a alta foi de 12%, para R$ 80,2 bilhões.
A entidade estima que, até 2030, a indústria nacional responderá por 9 de cada 10 medicamentos vendidos nas farmácias. Hoje, a participação é de 80% do total comercializado.
Nos seis primeiros meses do ano, os genéricos brasileiros ampliaram seu volume de 1,9 bilhão de unidades para 2 bilhões, alcançando 36,8% do total das vendas. Já os similares somaram 2,1 bilhões de caixas, ante 2 bilhões entre janeiro e junho do ano passado. Dentro da cesta de consumo, porém, a participação dos similares caiu de 38,4% para os atuais 37,8%.
Apesar da janela favorável para o lançamento de medicamentos genéricos e similares nos próximos anos, em meio à queda de diferentes patentes, a Alanac aponta que o crescimento deve ser impulsionado pelos investimentos do setor.
“A industria farmacêutica nacional tem ampliado fábricas e criado centros de ponta em muitos Estados da federação, como um polo importante no norte de Minas Gerais, na cidade de Montes Claros. Tudo isso nos leva à estimativa de que nove de cada dez medicamentos vendidos serão de laboratórios nacionais”, afirma o presidente-executivo da Alanac, Henrique Tada.
Uma das condições para que os medicamentos inovadores ganhem espaço na indústria nacional, de acordo com a entidade, é a definição de novas regras para os preços de medicamentos.
A definição dos preços de remédios no país é uma atribuição da Câmara Reguladora do Mercado de Medicamentos (Cmed), que finalizou no dia 10 um período de consulta pública para o recebimento de sugestões.
A Cmed é uma das entidades representadas na segunda edição do Seminário Desenvolvimento da Indústria Farmacêutica Nacional (Difan), promovida nesta terça-fera (26) pela Alanac. A lista de autoridades do governo federal inclui também o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) e o Ministério da Saúde.
O maior volume de pesquisas no Brasil, de acordo com Tada, reflete também as contratações de mão de obra qualificada. “Não são três ou quatro mestres e doutores nas empresas, são dezenas de pesquisadores em equipes multidisciplinares”, afirma.
Fonte: Valor Econômico