22 Nov 2023 MATHEUS PIOVESANA
Um grupo de 11 entidades ligadas aos setores de varejo e serviços lançou ontem um movimento em defesa do parcelamento de compras no cartão de crédito sem a incidência de juros. Chamado de Parcelo Sim, o movimento terá ações de comunicação – o site https://parcelosim.com.br/ já está no ar – e vai colher assinaturas pela preservação do instrumento.
O movimento, que se diz apartidário, quer sensibilizar autoridades dos poderes Executivo e Legislativo para evitar o que chama de “vilipêndio” dos grandes bancos aos lojistas e aos clientes, segundo nota à imprensa.
Nas discussões que se arrastam há meses, o varejo e o setor de serviços defendem a manutenção do parcelado sem juros no formato atual, sem limite para o número de parcelas. Os bancos dizem que é preciso limitar as parcelas para que caiam os juros do crédito rotativo, usado por clientes que não pagam a totalidade da fatura do cartão, cujas taxas passam de 400% ao ano.
O governo e o Banco Central também participam das discussões. O BC chegou a propor uma limitação do parcelado a 12 vezes, que foi considerada insuficiente pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban). A proposta foi considerada como anticoncorrencial por fintechs, empresas independentes de pagamentos (maquininhas) e pelo varejo.
O movimento cita dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC), que apontam que 90% dos varejistas adotam o parcelado sem juros.
“O Movimento ‘Parcelo Sim!’ é propositivo, com a reunião de mais de 10 entidades. Queremos informar a população sobre as consequências nefastas que uma mudança nesse produto, que é o campeão de preferência do consumidor, pode provocar”, diz em nota o presidente executivo da Abrasel, Paulo Solmucci Júnior.
Fonte: O Estado de S. Paulo

