Ainda morrem em média 42 brasileiros por dia da doença e governo lançará este mês campanha em TV aberta e redes sociais
- O Estado de S. Paulo.
- 1 Nov 2023
- FABIANA CAMBRICOLI
O Ministério da Saúde anunciou ontem que a vacinação contra a covid-19 passará a ser anual para grupos prioritários e a integrar o calendário nacional de imunização para crianças na faixa etária de 6 meses a menores de 5 anos.
Até agora, as ações de imunização contra a doença eram conduzidas de forma excepcional por causa da emergência sanitária. Primeiramente, em 2021, a campanha foi organizada de acordo com a disponibilidade de vacinas e públicos com maior necessidade. Entre 2022 e 2023, após toda a população adulta ter acesso às duas doses iniciais, foram ofertadas vacinas infantis, doses de reforço e o imunizante bivalente, versão atualizada para conferir maior proteção também contra as cepas da variante Ômicron do vírus.
A partir de 2024, a vacinação passa a acontecer anualmente para públicos prioritários, a exemplo do que ocorre com a campanha de vacinação contra a influenza (gripe). O ministério não detalhou se haverá um mês específico de início da campanha ou se a imunização já estará disponível automaticamente para os grupos prioritários 12 meses após a aplicação da última dose.
“A Organização Mundial da Saúde definiu públicos prioritários, como idosos, trabalhadores da saúde, mas nós ampliamos esses públicos no Brasil”, afirmou a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel.
Ethel esclareceu que, a princípio, os demais públicos, como adultos sem nenhuma imunossupressão, não serão o foco da vacinação anual, mas ressaltou que esse cenário pode mudar de acordo com o surgimento de novas variantes ou mudanças no cenário epidemiológico. “Para os adultos imunocompetentes, não precisamos de uma outra dose, por enquanto, mas temos de monitorar o cenário porque a covid é uma doença nova.”
A secretária disse ainda que, originalmente, o ministério e especialistas trabalhavam com a hipótese de que a covid-19 seria uma doença sazonal, como ocorre com a gripe, que tem maior incidência durante o inverno, mas o cenário não se confirmou. “Vimos que ela tem maior impacto do surgimento de subvariantes do que de sazonalidade”, afirmou.
BALANÇO. Ethel ressaltou que, mesmo com os avanços na vacinação e no tratamento da covid, ainda morrem em média 42 brasileiros por dia por causa da doença. O ministério afirmou que, na primeira semana deste mês, lançará nova campanha na TV aberta, nas redes sociais e em locais de grande circulação, reiterando a importância da testagem, da vacinação e do tratamento contra a covid. •
Fonte: O Estado de S. Paulo