Prevendo a alta demanda das big techs nos próximos anos, as empresas de data centers do Brasil têm 2 GW de energia disponível para ser alocada em contratos futuros, segundo levantamento da consultoria americana Datacenter Hawk. Para se ter ideia, a quantia é superior à capacidade instalada da usina nuclear de Angra 2, que soma 1,35 GW, o suficiente para abastecer uma cidade de quatro milhões de habitantes.
Dado o consumo intenso de energia para processar e armazenar dados, os data centers têm investido em autoprodução de energia e compra no mercado livre. Os 2 GW dizem respeito a sites, no jargão do setor, nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Ceará. Os dados da Datacenter Hawk contemplam as 10 maiores empresas do setor, como Ascenty, Odata, Scala e Equinix.
Nos últimos anos, tornaram-se populares os hyperscalers, data centers criados para atender a demanda crescente de inteligência artificial (IA), com mais de 100 MW de capacidade instalada. O Brasil tornou-se um dos focos das big techs para essa infraestrutura dada a digitalização acelerada da população na América Latina, a produção abundante de energia limpa e a disponibilidade de terrenos – ainda que a tributação e insegurança jurídica sejam vistos como riscos.
As companhias de data centers no Brasil aguardam a publicação de uma Medida Provisória que promete aumentar a competitividade do setor no Brasil. Prometida pelo ministro Fernando Haddad em maio, o pacote vai incluir a desoneração de bens de capital usados nos data centers, baixando o custo de importação para as companhias, um pleito do setor. A expectativa da Fazenda é atrair R$ 2 trilhões em investimentos nessa área nos próximos anos.
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Fonte: Valor Econômico

