Por Myriam Balezou e Marion Halftermeyer — Bloomberg
01/09/2023 05h03 Atualizado há 4 horas
O UBS traçou metas agressivas para integrar o Credit Suisse – incluindo 3 mil demissões e mais de US$ 10 bilhões em cortes de custos – depois de divulgar lucro recorde para o setor financeiro global graças à aquisição barata do rival. O banco sediado em Zurique reportou um lucro antes de impostos de US$ 29 bilhões no segundo trimestre, resultado da diferença contábil entre os US$ 3,8 bilhões que pagou pelo Credit Suisse e o valor do balanço da instituição adquirida. O banco confirmou que a unidade suíça do Credit será totalmente absorvida e a marca será aposentada, provavelmente até 2025.
O CEO do UBS, Sergio Ermotti, lidera a implementação de uma das maiores fusões da história das finanças globais. Ele precisa equilibrar, por um lado, as oportunidades de administrar ativos de clientes que saltaram para US$ 5 trilhões e, por outro, os riscos herdados do modelo de negócio do Credit Suisse. O acordo foi fechado às pressas em março, com o Credit Suisse à beira da falência depois que os clientes perderam a confiança na instituição financeira de 167 anos.
“Não há espaço para considerações nostálgicas”, disse Ermotti em entrevista a Francine Lacqua, da Bloomberg Television. “Estamos executando a estratégia, estamos fazendo bastante progresso.” Até agora, investidores e clientes parecem concordar. As ações do UBS acumulam alta de mais de 40% este ano e atingiram o valor mais elevado desde 2008.
Ermotti disse que o UBS eliminará cerca de 1 mil postos de trabalho na Suíça por conta de redundâncias nos negócios domésticos dos dois bancos. Outras 2 mil vagas serão cortadas no país em funções relacionadas ao grupo.
É provável que milhares de outras funções desapareçam globalmente, embora Ermotti tenha dado poucas estimativa sobre qual será o total global. O banco também sinalizou que fechará dois terços do negócio de banco de investimento do Credit Suisse, incluindo quase a totalidade das mesas de operações, para sair de áreas que não se enquadram na sua estratégia.
O lucro do UBS no trimestre ofusca os US$ 14,3 bilhões que o J.P Morgan divulgou no primeiro trimestre de 2021, o recorde anterior para grandes bancos de EUA e Europa.
Fonte: Valor Econômico