Nos últimos dias, autoridades dos EUA têm feito esse apelo várias vezes aos seus homólogos europeus, inclusive em reuniões entre aliados da OTAN realizadas no continente nesta semana, segundo fontes. A equipe de Trump também sugeriu, em conversas sobre a relação de segurança, que desejava que a Europa comprasse mais energia americana.
A implicação era de que o presidente poderia amenizar sua exigência de que os membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte gastem 5% do Produto Interno Bruto em defesa, caso a Europa aumentasse sua interoperabilidade com o exército dos EUA e investisse mais com empresas americanas, conforme relataram diversas fontes.
“O Presidente Trump e sua administração estão engajando nossos aliados da OTAN para garantir que todos os membros assumam sua parte na carga e cumpram suas obrigações de gastos com defesa”, disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Brian Hughes. “Fazer com que nossos aliados cumpram essas obrigações fortalece a OTAN.”
Este desenvolvimento é o mais recente exemplo da relação transacional de Trump com os aliados dos EUA, rompendo com o tradicional papel da América como um parceiro de segurança transatlântico inequívoco.
Na quarta-feira, poucas horas antes de Trump surpreender os líderes europeus anunciando que havia chegado a um acordo com o presidente russo Vladimir Putin para iniciar negociações visando o fim da guerra na Ucrânia, o Secretário de Defesa, Pete Hegseth, disse aos aliados da OTAN que os EUA não eram mais “o principal garantidor de segurança na Europa.”
Trump tem argumentado há muito tempo que a Europa precisa gastar mais com defesa e suas advertências à OTAN de que ela não poderia contar com os EUA se tornaram um tema recorrente durante sua primeira administração.
Mais Contratos dos EUA
Nas últimas semanas, autoridades americanas sinalizaram que desejam uma maior interoperabilidade entre os exércitos dos EUA, Reino Unido e da Europa no que diz respeito a sistemas de mísseis, munições, inteligência artificial e guerra cibernética, de acordo com pessoas próximas às discussões. Isso provavelmente exigiria que as nações europeias firmassem mais contratos com empresas de defesa americanas, impondo decisões difíceis de aquisição para os líderes do continente.
As capitais da União Europeia têm discutido se deveriam limitar as compras a fornecedores europeus – que não estarão prontos para entregar algumas das armas necessárias por anos – em vez de trabalhar com o Reino Unido ou comprar dos EUA. A Bloomberg Economics calcula que proteger a Ucrânia e expandir os próprios exércitos europeus poderia custar às grandes potências do continente um adicional de US$ 3,1 trilhões nos próximos 10 anos.
Comprar equipamentos de defesa americanos pode ser uma estratégia plausível para alguns países europeus, como o Reino Unido, que continuam atrasados em termos de desenvolver suas próprias capacidades em muitas áreas, segundo um executivo da indústria de defesa. No entanto, haveria dúvidas na Europa sobre permitir que suas capacidades militares se tornem excessivamente dependentes da tecnologia americana, especialmente à luz da abordagem global de Trump para a defesa da Europa, acrescentaram.
— Com assistência de Alberto Nardelli e Stephanie Lai
(Atualizações com comentário da Casa Branca no quarto parágrafo)
Fonte: Bloomberg
Traduzido via ChatGPT

