As reservas de terras raras do Brasil, com 21 milhões de toneladas, emergem como uma peça-chave na geopolítica global, onde a dominância da China levanta preocupações sobre o futuro da tecnologia limpa e da soberania mineral no Ocidente.
As terras raras são um conjunto de 17 elementos químicos: lantânio, cério, praseodímio, neodímio, promécio, samário, európio, gadolínio, térbio, disprósio, hólmio, érbio, túlio, itérbio, lutécio, escândio e ítrio (Y), de acordo com o Serviço Geológico do Brasil (SGB).
Eles são utilizados para a fabricação de diversos objetos, como televisores de tela plana, celulares, lâmpadas fluorescentes compactas, ímãs permanentes, catalisadores de gases de escapamento, lentes de alta refração e mísseis teleguiados, segundo a Secretaria Nacional de Geologia, Mineração e Transformação Mineral (SNGM).
A SNGM também afirma que as terras raras são importantes no contexto de uso de fontes de energia limpa, pois são aplicadas na indústria de alta tecnologia para produção de turbinas eólicas e carros híbridos e elétricos.
Esses elementos também fazem parte de uma categoria chamada minerais críticos — “recursos minerais cuja oferta está sujeita a riscos de escassez ou dependência de poucos fornecedores”, ressalta a SNGM.
No mais recente resumo de commodities minerais divulgado pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), com dados de 2024, a China é o país que possui a maior reserva de terras raras do mundo, com 44 milhões de toneladas. Em seguida, aparece o Brasil, com 21 milhões de toneladas, e a Índia, com 6,9 milhões de toneladas.
A China também é o que mais extrai terras raras, tendo alcançado 270 mil toneladas em 2024. Os Estados Unidos vêm atrás, com 45 mil toneladas, seguido de Myanmar (31 mil toneladas). Já o Brasil explorou apenas 20 toneladas desses elementos químicos.
As maiores reservas e os maiores produtores de terras raras

O estudo também divulga países que não possuem reservas dessas propriedades químicas, mas tiveram um alto índice de processamento por meio desses elementos importados. Fazem parte dessa situação o Mianmar, com 31 mil toneladas processadas, a Nigéria (2,2 mil) e Madagascar (2,1 mil).
*Estagiário sob supervisão de Diogo Max
Fonte: Valor Econômico

