10 Jul 2022 ALINE BRONZATI
As empresas de capital aberto nos Estados Unidos devem entregar o menor crescimento de lucros no 2.º trimestre desde o fim de 2020, em meio ao temor de uma recessão à vista. Além de cristalizar o efeito da subida de juros para controlar a disparada de preços no país, os resultados do período podem se tornar um desafio para o desempenho futuro das ações em Wall Street, segundo analistas consultados pelo Estadão/Broadcast.
A temporada de balanços nos Estados Unidos tem início nesta semana, com gigantes do setor financeiro como Citigroup, JPMorgan, Wells Fargo e Morgan Stanley revelando seus números do período. Além dos grandes bancos, a PepsiCo, de alimentos e bebidas, também puxa a fila.
O lucro das empresas do S&P 500, que reúne as 500 maiores companhias listadas nos EUA, deve apresentar expansão de 4,1% no 2.º trimestre, de acordo com estimativa revisada para baixo da norteamericana FactSet. Antes, a previsão era de alta de 5,9%.
Será, assim, o menor crescimento de lucros reportado pelo índice desde o quarto trimestre de 2020, quando o avanço registrado foi de 3,8%, e as economias foram impactadas pelos bloqueios implementados para conter a pandemia da covid-19.
“Seis dos 11 setores (do S&P 500) devem relatar crescimento de lucros no trimestre, liderados pelos setores de energia, indústria e commodities”, diz o vice-presidente e analista sênior de resultados da FacSet, John Butters. “Mas espera-se que cinco segmentos tenham uma queda nos lucros, puxados pelo setor financeiro.”
Em termos de receitas, contudo, os analistas seguem otimistas. A estimativa da FacSet aponta para um aumento de 10,1% no segundo trimestre frente um ano antes, contra uma projeção anterior mais tímida, de avanço de 9,6%. •
Fonte: O Estado de S. Paulo

