O trade de eleições está ativo, mas ainda há um alto prêmio a ser capturado para quem se posicionar visando alternância de poder em 2026, na visão de Luis Stuhlberger. Para o gestor da Verde Asset, os preços atuais embutem 60% de chance de vitória de um nome da direita sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no ano que vem.
“O mercado se posiciona, na minha opinião, nos preços de hoje, como um 60% a 40% de [chance de um candidato] não Lula [vencer]”, disse Stuhlberger nesta terça-feira (25), durante evento promovido pelo UBS Wealth Management, em São Paulo.
“Mas imaginando no preço de hoje, vendo a reação do mercado quando o Temer entrou, quando o Bolsonaro entrou, você tem 16% para ganhar no câmbio em um ou dois meses”, falou.
O gestor destacou que, no mercado de opções, há ativos que pagam um prêmio alto para apostas em um novo governo. “Tem opções que pagam quatro para um. É como se você apostasse em virada de governo com a chance da oposição de apenas 25%, o que é muito longe da real”, completa o gestor, para quem esse tipo de operação é no brainer.
Stuhlberger analisa o termômetro das eleições presidenciais de 2026 baseado nas pesquisas de popularidade, principalmente no indicador de ruim/péssimo. A perspectiva do gestor é que um eleitor que considere o governo dessa forma irá votar por mudança em 2026.
Ele percebe que ainda há muita volatilidade mesmo nesse aspecto, reagindo a eventos como o tarifaço e, mais recentemente, as operações contra facções no Rio de Janeiro. Ele também voltou a defender a candidatura de Tarcísio de Freitas, atual governador do Estado de São Paulo.
“Há um possível upside de qualidade que pode ser alcançado com Tarcísio, se ele concorrer”, disse Stuhlberger, destacando que acredita que há “brilhantismo e coragem” no político.
No mesmo painel, Bruno Coutinho, fundador e CIO da Mar Asset, defendeu que há muitos swing voters que aguardam nomes para concorrer com Lula, principalmente no Sudeste. Sem um oponente na disputa, diz, é esperado que ainda tenham muitos brancos e nulos. Porém, o gestor é mais enfático, e acredita que Lula não ganhará no ano que vem.
Ele também defendeu o nome de Tarcísio. “Já sabemos como ele governa, como ele pensa e toma decisões”, disse, reforçando que é necessário alinhamento no Congresso: “Eu acho que não adianta ter um bom presidente, se o parlamento tá na ponta oposta. Se as coisas estiverem desalinhadas, pode haver um grande conflito institucional”.
Fonte: InfoMoney

