Por Adriana Cotias — De São Paulo
04/04/2023 05h03 Atualizado há 4 horas
A Sterna Capital acaba de trazer como sócia Diana Stuhlberger, um reforço para a análise de ações do fundo multimercado macro da casa. O sobrenome conhecido não nega o parentesco: a especialista é filha do lendário gestor Luis Stuhlberger, CEO e CIO da Verde Asset Management, líder de um dos “hedge funds” mais tradicionais do mercado brasileiro.
À parte do pai famoso, a profissional tem uma trajetória de mais de 15 anos no mercado. Estava desde 2018 como analista sênior da Eleven Research, na cobertura dos setores de alimentos e bebidas e do agronegócio. Antes, foi associada do multi family office Berkana Patrimônio e passou ainda pelo Brasil Plural, pela consultoria Stern Stewart, pelo Deutsche Bank e foi estagiária da Fama Investimentos. Passou uma temporada de verão também na Dynamo, em Londres.
A Sterna foi fundada em meados de 2021 por Bruno Magalhães, que por oito anos fez a gestão das estratégias de juros e moedas no Brasil do hedge fund da britânica Autonomy Capital. No ano passado, Robert Gibbins, cofundador da Autonomy, fez um aporte de capital no fundo e na gestora brasileira. Com o reforço, o plano já era atrair capital humano e reforçar a governança.
Recentemente, a casa contratou também Bruno Marquezano, ex-Empiricus Research, para a área de relações com investidores. Até aqui, o multimercado da Sterna vinha rodando praticamente com dinheiro proprietário, que representa ainda dois terços do patrimônio de R$ 46 milhões. Mas agora a asset aproveita o bom histórico construído para atrair novos investidores.
Em 12 meses, o fundo exibe retorno de 24,4%, um dos melhores entre os pares com estratégia macro. No primeiro trimestre, a rentabilidade foi de 6,6%.
Se no ano passado os principais ganhos se concentraram em posições pessimistas com Brasil entre o primeiro e segundo turnos da eleição presidencial, neste primeiro trimestre foi um combo vendido em ações de varejistas que trouxe resultados, segundo Magalhães.
Com a entrada em recuperação judicial da Americanas, a casa foi contra a corrente que avaliava que os competidores diretos da empresa ganhariam mercado. “Mesmo imaginando que outros nomes herdariam market share da Americanas se ela quebrasse, vimos um grande evento de crédito porque os bancos foram penalizados de forma contundente e não sabiam o que as outras varejistas tinham no balanço, como registravam [a antecipação para fornecedores]. As empresas iam ter dificuldade de financiar o seu crescimento.”
Ao deixar de lado o viés macro de privilegiar as estrelas do Ibovespa, como Vale, Petrobras e bancos, para deslocar para uma tese micro, o retorno em fevereiro foi de 3,9%, o melhor da sua história. Stuhlberger chega para trazer novas ideias na bolsa.
Fonte: Valor Econômico

