Três sócios do BTG Pactual — Carlo Zanandrea, diretor de expansão; João Fonseca, de aceleração e performance; e Rafael Braga, do B2B — fecharam um acordo para deixar a instituição. Os executivos entraram para a sociedade quando o banco fechou a aquisição de 100% da Network Partners (NTW), que foi a porta de entrada da plataforma digital que tinha sido construída para a distribuição de produtos e serviços financeiros pelo canal externo — via assessorias de investimentos (os antigos agentes autônomos), consultores, gestores de patrimônio e correspondentes bancários.
A intenção do trio é voltar a empreender, segundo fonte a par das conversas, num negócio que deve ter o próprio BTG como minoritário. Esse foi o arranjo para reconhecer a contribuição dos executivos na expansão da rede externa e liberá-los da cláusula de não competição que duraria mais um ano. Procurados, Zanandrea, Fonseca e Braga não responderam à reportagem. O BTG não comentou.
Quando a compra da NTW foi anunciada, em 2017, a consultoria tinha elo com cerca de 300 escritórios e recém-montado uma empresa de originação de operações de câmbio para uma parceria com a Confidence (hoje da Travelex), acrescentando mais um serviço e receitas àquela rede.
A transação foi o primeiro atalho do BTG para fazer a transição da atividade de atacado, que abrangia banco de investimento, gestão de riqueza e asset, para o negócio de varejo, mas sem agências bancárias. Outros dois sócios vindos daquela estrutura, Henrique “Xoulee” Cunha e Fernando Kasan, vão permanecer no banco.
Nos bastidores do mercado de distribuição, os comentários são de que os executivos de partida do BTG Pactual poderiam se juntar à gestora de patrimônio Portofino, em que Carolina Giovanella Zanandrea, mulher de Carlo, é a principal sócia. A empresa, fundada em 2013, primeiro como “um single family office”, foi a primeira do universo da assessoria de investimentos a se plugar à plataforma do BTG Pactual. A Network, à época da transação com o banco, dividia o mesmo endereço.
A Portofino reúne atualmente R$ 27 bilhões sob gestão. Procurada, a Portofino não confirmou se há alguma negociação em curso, atribuindo a informação a especulações do mercado.
Qualquer que seja o negócio, se de gestão de patrimônio, assessoria ou consultoria, o combinado é o que o BTG fará parte dele e que a empresa estará abrindo contas para os seus clientes na plataforma digital, diz um interlocutor familiarizado com os planos.
Fonte: Valor Econômico