Entre 2021 e 2022, o segmento de “consolidadores” de carteira, que tinha surgido alguns anos antes, passou por uma onda de aquisições. A XP comprou a Flipper, o BTG adquiriu a Kinvo, o Bradesco investiu na SmartBrain, o PicPay assumiu o controle do GuiaBolso. Sobraram alguns poucos players independentes, entre eles o Gorila.
Fundada em 2016 por Guilherme Assis, Robinson Dantas e Leo Kalim, inicialmente o Gorila tinha um foco maior no consumidor final (B2C), mas depois acabou dando mais ênfase para empresas (B2B), com outras fintechs, familly offices, consultorias, assessorias de investimento, entre outros. Assis não abre o número de usuários ativos na vertical B2C, mas disse que está na casa de dezenas de milhares. Juntando com o B2B, a fintech processa mais de 1,5 milhão de portfólios. “A gente não monetiza a parte B2C. Gostamos de mantê-la porque aprendemos com ela. Se algum usuário relata um problema com algum ativo, por exemplo, encontramos a causa e depois resolvemos para todos os outros.”
Assis diz que o avanço do “open finance”, que começou recentemente a incluir algumas informações sobre investimentos, não torna os consolidadores de carteira dispensáveis, pelo contrário. “Para o investidor, o que importa é o portfólio dele como um todo. Tem coisas que não vão entrar no open finance, como investimentos no exterior, por exemplo. E a nossa função tem mais a ver com a experiência, dar fluidez, simplicidade, e isso nunca foi tão importante”.
O CEO diz que, ao manter sua independência, o Gorila pode servir melhor o mercado como um todo. “Alguns players foram adquiridos por grandes instituições, e isso limita o escopo de atendimento deles”. A última rodada de aporte da fintech foi no fim de 2021, e Assis afirma que a companhia está com a situação financeira equilibrada, mas isso depende também do quanto quer investir na expansão. “Dado o cenário macro, não temos tanta pressa para crescer. Mais importante é ter qualidade naquilo que entrega”.
Fonte: Valor Econômico
