/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_63b422c2caee4269b8b34177e8876b93/internal_photos/bs/2024/q/g/BOezVmQXiiE8JCGbwAaw/foto11bra-101-fiscal-a3.jpg)
Fernando Haddad: encontro com Arthur Lira e Rodrigo Pacheco sobre proposta — Foto: Tuane Fernandes/Bloomberg
Sob o impacto da alta da Selic e da deterioração cambial, a semana começa com a expectativa pelo desfecho das discussões e anúncio do pacote de cortes de gastos. A divulgação é aguardada para os próximos dias, antes da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quinta-feira (14) para a cúpula do G20, no Rio.
Mas após uma sequência de reuniões, envolvendo ministros da área social, cujas pastas serão afetadas, e adiamentos da divulgação do plano, a percepção de investidores e do setor produtivo é que o ajuste será menor do que o esperado. Na mesma direção, o sentimento de algumas fontes que acompanham de perto as discussões é de que o pacote será mais modesto e aquém do necessário para equilibrar as contas.
Até esta terça-feira (12), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve se reunir com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para apresentar os detalhes das propostas, que serão enviadas ao Congresso na forma de uma emenda constitucional (PEC) e de um projeto de lei complementar.
Lira tem afirmado a aliados que o governo precisa ampliar a estratégia para criar condições de diálogo com o Congresso, se quiser que o pacote tenha uma melhor aceitação e uma tramitação ágil. A avaliação de Lira, segundo um interlocutor, é que o tema é complexo e, além de alinhar com os presidentes das duas Casas, o governo deveria envolver os líderes partidários nas discussões desde o início.
Mas Haddad deve iniciar o diálogo, exclusivamente, com Pacheco e Lira, a fim de restringir o círculo de pessoas a par das propostas, e evitar vazamentos. Ainda não há nova reunião convocada por Lula, mas os ministros estão de sobreaviso e orientados a estarem em Brasília nesta segunda-feira (11). Haddad desembarcará na capital federal nas primeiras horas da manhã. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, passou o fim de semana na capital federal.
Na semana passada, Haddad deu mais de uma declaração sinalizando que o pacote seria anunciado naqueles dias. Afirmou que as medidas estavam adiantadas “do ponto de vista técnico”. Na quarta-feira (6), disse que a definição dependia somente de dois detalhes, de uma “arbitragem simples” de Lula.
A resposta de Lula, todavia, foi na direção contrária. Ele convocou para sexta-feira (8) uma ampla reunião, com os ministros da Junta de Execução Orçamentária (JEO) – Haddad, Tebet, além de Rui Costa (Casa Civil) e Esther Dweck (Gestão e Inovação) – da área social, da Secretaria de Comunicação Social e o titular da Advocacia-Geral da União, além de secretários e assessores, para nova rodada de debates sobre o tema.
Nos bastidores, titulares das pastas da Educação, Saúde, Trabalho, Desenvolvimento Social e Previdência Social travam embates para evitar cortes em seus orçamentos e programas.
A tendência, agora, é que Lula comande mais uma reunião com os auxiliares, e que, na sequência, Haddad inicie o diálogo com o Congresso. Até a semana passada, uma das principais medidas era limitar o ganho real do salário mínimo a 2,5% acima da inflação, mesmo teto do arcabouço. Mas estavam descartadas a desvinculação de benefícios, como o abono e o Benefício de Prestação Continuada, em relação ao salário mínimo.
Fonte: Valor Econômico

