Segundo polícia, ação do bando deu prejuízo de ao menos R$ 1,2 mi aos locais; produto roubado era depois vendido na internet
- O Estado de S. Paulo.
- 12 Mar 2024
- ÍTALO LO RE
Na mesma lista Outro remédio na mira da quadrilha era o Venvanse, para tratar transtorno do déficit de atenção
A Polícia Civil prendeu neste mês dois suspeitos de atuação num esquema de roubo de medicamentos de farmácias de
São Paulo, destinados à venda em um mercado paralelo na internet. Ao menos 20 estabelecimentos foram assaltados, segundo a investigação.
Na mira dos criminosos estavam principalmente dois remédios: o Ozempic, para diabete e obesidade, e o Venvanse, para transtorno do déficit de atenção. Pelo menos outros três suspeitos são procurados. Entre eles, um possível receptador. “Cada roubo acarretou um prejuízo de cerca de R$ 60 a R$ 80 mil às vítimas”, disse ao Estadão o delegado Pedro Ivo, da Delegacia de Roubo a Bancos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Como foram ao menos 20 casos, a quadrilha causou, no mínimo, R$ 1,2 milhão de prejuízo às farmácias.
Segundo a polícia, o Venvanse era vendido mais caro no mercado paralelo, sem receita médica: em vez de R$ 400, preço de mercado, saía por cerca de R$ 700. “Já o Ozempic, que tem venda liberada, custa cerca de R$ 1 mil e era vendido por uns R$ 800”, disse o delegado.
TATUAGEM NO PESCOÇO.
O esquema, segundo a polícia, é investigado há cerca de dois meses. Segundo Ivo, alguns suspeitos foram identificados com ajuda das vítimas.
“Um dos criminosos tinha uma tatuagem no pescoço com um nome escrito bastante chamativo”, disse o delegado. “Foi possível identificar, por exemplo, que um desses rapazes roubou dez vezes a mesma farmácia.”
Com base nas provas, a Justiça decretou a prisão temporária de três principais suspeitos. O primeiro, de 27 anos, foi encontrado na madrugada do dia 6. O segundo, de 24, foi preso no dia 5, na região do Brás. A polícia busca agora o terceiro e investiga mais dois suspeitos.
Conforme o delegado, o segundo preso estava hospedado em uma pensão e foi encontrado com remédios roubados. “Estavam em uma sacola, ainda gelados, indicativo de que tinham sido retirados da geladeira havia pouco tempo.”
Pelo número de lote, foi possível atestar que os remédios encontrados eram roubados. Além disso, uma arma falsa foi apreendida. Segundo a polícia, os alvos do esquema eram principalmente farmácias de rede que abrem durante a madrugada. A maioria dos roubos era a estabelecimentos de bairros como Brás, Penha e Mooca, na zona leste, e Moema, Saúde e Jabaquara, na sul. Conforme mapeado pela polícia, os remédios roubados eram vendidos pelas redes sociais. •
Fonte: Estadão