O rendimento do Treasury de 30 anos bateu hoje, mais cedo, a marca de 5% pela primeira vez desde 2007. No intradia, o yield chegou à máxima de 5,019% e, por volta de 8h, recuava para o nível do fechamento de ontem, a 4,935%. Já o retorno do papel de 10 anos – referência global no mercado de renda fixa, operava, neste horário, na mínima do dia, a 4,789%, depois de alcançar 4,886% na máxima desta manhã. Apenas nesta semana, a taxa de 10 anos disparou cerca de 30 pontos base e, no ano, subiu quase 100 pontos.
No mercado de bônus europeu chamou atenção também a elevação, nesta quarta-feira, do yield do Bund alemão de 10 anos, que ultrapassou 3% na máxima do dia – nível que não alcançava desde 2011 – lembrando que ainda no fim de 2021 este papel tinha um rendimento negativo.
O movimento global de elevação dos rendimentos de títulos soberanos, na esteira dos sinais do Federal Reserve (Fed) de que manterá a taxa de juros mais alta por mais tempo (“higher for longer”) nos Estados Unidos, vem contaminando os ativos de risco. Ontem, as bolsas de Nova York e da Europa fecharam em queda firme, bem como os mercados acionários de países emergentes após o relatório Jolts (de rotatividade no mercado de trabalho americano) ter mostrado um resultado melhor do que o esperado. O dólar, por sua, vez, continua mostrando força expressiva: o índice DXY chegou ao maior nível na terça-feira desde o fim de novembro de 2022, contaminando as taxas de câmbio mundo afora.
Hoje a sessão europeia começou mais tranquila, com as ações em leve alta nos principais mercados, o que também ocorre com os futuros em Nova York. O índice DXY devolvia parte da pressão de ontem e recuava cerca de 0,3% no mesmo horário. Os investidores aguardam o principal dado dia – a criação de vagas privadas nos EUA (9h15).
Fonte: Valor Econômico

