A China tem sido “muito consistente” na abertura às empresas de serviços financeiros, mas calcular a vantagem potencial para as empresas americanas tornou-se mais complicado, segundo o CEO do J.P. Morgan, Jamie Dimon.
Os investidores que consideram entrar na segunda maior economia do mundo devem estar “um pouco preocupados” porque “o risco-retorno mudou drasticamente”, disse Dimon nesta quarta-feira em entrevista ao canal de televisão CNBC, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.
Ainda assim, “eles (os chineses) estão tentando garantir que estão abertos aos negócios, que estão sendo justos com as empresas estrangeiras”, disse Dimon, acrescentando que se encontrou com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, na conferência, e “é bom que eles estão aqui.”
Dimon, o CEO de um grande banco dos EUA há mais tempo no cargo, há anos sinaliza as tensões geopolíticas como um grande obstáculo para a economia global. O executivo também se reuniu com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, em Davos, ao lado de outros titãs das finanças, incluindo Steve Schwarzman, da Blackstone Inc., e Ray Dalio, fundador da Bridgewater.
“As pessoas esquecem que em todos os dias que ele acorda há um milhão de soldados lutando”, disse Dimon sobre Zelenskiy. “Temos que ajudá-los, temos que ensinar ao público americano que se trata de liberdade e democracia para o mundo livre.” A Ucrânia está em guerra com a Rússia desde que foi invadida em 2022.
Na ampla entrevista, Dimon também abordou a economia dos EUA. O J.P. Morgan obteve o maior lucro anual da história do setor bancário americano em 2023, mas os executivos começaram a alertar que a empresa está “lucrando demais”. Nos últimos meses, Dimon tem afirmado repetidamente que a inflação poderá não desaparecer tão rapidamente quanto o mercado espera e que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), poderá ter de aumentar ainda mais a sua taxa de juros.
“É um erro presumir que tudo está ótimo”, disse Dimon. “Quando os mercados de ações estão em alta, é como se fosse uma pequena droga que todos nós sentimos, como se fosse ótima. Mas lembre-se, tivemos muitos estímulos fiscais e monetários, por isso estou um pouco mais cauteloso.”
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Jamie Dimon, CEO do J.P. Morgan — Foto: World Economic Forum 2022/Wikimedia Commons
Fonte: Valor Econômico

