Por Valor — São Paulo
17/10/2022 11h18 Atualizado há 12 horas
O ministro das Finanças do Reino Unido, Jeremy Hunt, descartou nesta segunda-feira (17) que restava do polêmico programa econômico da premiê Liz Truss, ao eliminar cortes de impostos e limitar subsídios a contas de energia domésticas. Ele ainda alertou para decisões “muito difíceis” que ainda estão por vir para equilibrar as contas públicas e restaurar a confiança dos mercados.
“O mais importante objetivo para nosso país neste momento é a estabilidade econômica”, afirmou Hunt em discurso ao Parlamento. Ele descartou dois terços dos controversos 45 bilhões de libras de cortes de impostos não financiados anunciados pelo seu antecessor Kwasi Kwarteng em setembro.
Sob a nova proposta, o teto de preço das contas de energia para empresas e residências vai durar até abril, em vez do período de dois anos previstos anteriormente. Após esta data, o governo britânico pretende focalizar os benefícios para famílias mais pobres.
O teto de preços, que custará 60 bilhões de libras nos primeiros seis meses, será redesenhado para custar menos, mantendo a ajuda para os mais necessitados.
A reversão das propostas de cortes de impostos anunciadas ontem deve fazer com que o Reino Unido mantenha cerca de 32 bilhões de libras em arrecadação por ano, segundo Hunt. No próximo dia 31, ele deverá anunciar mais aumentos de impostos e cortes de gastos em um plano fiscal de médio prazo, acompanhado das previsões de impacto do Escritório de Responsabilidade Orçamentária.
As mudanças anunciadas por Hunt visam acalmar os mercados após grande turbulência desencadeada pelo pacote de cortes de impostos e aumento dos gastos públicos de Truss, que provocaram uma forte queda da libra e nos preços dos gilts, os títulos da dívida soberana do Reino Unido.
Fonte: Valor Econômico

