Por Antoine Gara, Ortenca Aliaj, Stephanie Stacey e Mary McDougall — Financial Times, de Nova York e Londres
27/03/2024 05h00 Atualizado há 6 horas
As ações da empresa que controla a rede social de Donald Trump dispararam em sua estreia em Nova York ontem (26), fazendo a participação acionária do ex-presidente dos Estados Unidos valer US$ 4,6 bilhões.
A Trump Media & Technology Group (TMTG), a empresa por trás da plataforma de rede social Truth Social chegou a ser cotada a US$ 79,38, depois de ser negociada a US$ 49,95 no dia anterior. O papel fechou em alta de 16,10%, a US$ 57,99. As negociações também foram muito voláteis, ao ponto de serem interrompidas por vários minutos na Nasdaq.
A TMTG está agora listada na Nasdaq sob o símbolo DJT – as iniciais de Trump – após a conclusão de sua fusão com a empresa de aquisições de propósito específico Digital World Acquisition Corp (DWAC) na segunda-feira. Trump, dono de 58% das ações da companhia resultante da fusão antes de contabilizada a diluição, é o maior beneficiado pela alta do preço.
O ex-presidente, que está disputando a Casa Branca de novo neste ano, enfrenta uma série de problemas legais e financeiros antes daquela que deverá ser a campanha eleitoral mais cara da história americana. Na segunda-feira, um tribunal de apelações de Nova York decidiu que Trump poderá pagar apenas US$ 175 milhões para atrasar uma sentença de fraude de US$ 464 milhões. Ele alegou que seria “impossível” conseguir uma caução no valor total.
Trump teve dez dias para conseguir o dinheiro da caução. No entanto, o salto no preço da ação da TMTG não deverá ajudá-lo a garantir os recursos em razão de um acordo de bloqueio que o impede de vender suas ações por seis meses. Ele poderia pedir ao conselho que o dispensasse do bloqueio, mas a venda de uma participação desse tamanho provavelmente afundaria o preço das ações da empresa. [A TMTG está com um valor de mercado de aproximadamente US$ 8 bilhões.]
O salto no preço da ação também enriqueceu três dos antigos parceiros de negócios de Trump que já haviam entrado com ações judiciais alegando que suas participações na TMTG foram substancialmente diluídas. Patrick Orlando, o empresário de Miami por trás da DWAC, processou a companhia, alegando que deveria receber uma distribuição maior de ações. Wes Moss e Andy Litinsky, dois ex-participantes de “O Aprendiz”, o “reality show” de Trump, entraram com ação judicial, alegando que Trump e seus associados orquestraram uma “apropriação de ações de última hora”.
A TMTG nunca deu lucro. A companhia, que opera a rede social Truth Social e pretende lançar um serviço de streaming no ano que vem, perdeu US$ 49 milhões nos primeiros nove meses do ano passado e obteve uma receita de US$ 3,4 milhões. (Tradução de Mario Zamarian)
Fonte: FT / Valor Econômico
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