Questionado sobre possível venda de sua corretora, que tem mais de 2 milhões de usuários, Moll disse esperar que a venda do ativo não seja uma condicionante para a transação ser fechada
Por Beth Koike, Valor — São Paulo
10/11/2022 11h43 Atualizado
A Rede D’Or, que possui perto de 30% da Qualicorp, espera manter-se como acionista minoritária na administradora de planos de saúde por adesão após o processo de fusão com a SulAmérica, segundo Paulo Moll, presidente do grupo hospitalar, que realizou teleconferência para analistas e investidores nesta quinta-feira.
- LEIA MAIS:
- Lucro da Rede D’Or soma R$ 396,2 milhões no 3º trimestre
- Rivais vão questionar megafusão
- Rede D’Or e SulAmérica confirmam aprovação de fusão pela Superintendência-Geral do Cade
Atualmente, a fusão está em análise pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e Banco Central. Um dos pontos em discussão é a legislação que impede um mesmo grupo econômico ser dono de operadoras de planos de saúde e administradoras de benefícios. Mas essa lei deixa em aberto a possibilidade do investidor ter uma fatia inferior a 20% como é o caso do Pátria que detém 19,7% da Qualicorp.
Dentro do balanço da Rede D’Or, a Qualicorp é reportada na linha de investimentos e a desvalorização das ações da administradora, que acumula perdas de 58% no ano, não impacta os resultados do grupo hospitalar.
Questionado sobre uma possível venda de sua corretora, que hoje tem mais de 2 milhões de usuários, e sua relevância dentro da companhia, Moll disse esperar que a venda do ativo não seja uma condicionante para a transação ser fechada.
“Em relação à contribuição financeira dentro da companhia, não é relevante, mas temos um grande carinho pelo grupo que fez crescer o negócio de forma meteórica, sem aquisições”, disse.
Expansão orgânica
A Rede D’Or não tem planos de rever ou alterar prazos de entrega dos projetos de sua expansão orgânica diante do atual cenário macroeconômico mesmo que os investimentos gerem pressões sobre sua geração de caixa, segundo Otávio Lazcano, diretor financeiro e de relações com investidores da companhia.
Segundo o executivo, os empreendimentos estão dentro da prazo e a próxima inauguração é um hospital de grande porte em Campinas, no interior de São Paulo. Os credenciamentos para cobertura dos planos de saúde estão dentro do planejado. As operadoras têm evitado credenciar novos prestadores de serviços de saúde diante do atual cenário de gastos elevados e devido à tendência de ter uma rede menor de hospitais, clínicas e laboratórios.
A maternidade Star, em São Paulo, inaugurada há cerca de dois meses, já está com taxa de ocupação de 70,5%.
O grupo hospitalar também está negociando com fornecedores os custos de materiais e medicamentos, que durante o auge da pandemia tiveram valores elevados. Atualmente, um terço dos R$ 75 milhões gastos com materiais e medicamentos vêm de insumos destinados a tratamento de covid.1 de 1 A Rede D’Or não tem planos de rever ou alterar prazos de entrega dos projetos de sua expansão orgânica diante do atual cenário macroeconômico.
Fonte: Valor Econômico