Bloomberg — ARaízenestá em busca de capital novo depois que apostas erradas levaram a um aumento da dívida. As ações caíram para o nível mais baixo de todos os tempos na quinta-feira (14).
Controlada pelaCosane pelaShell, a empresa está “em negociações ativas” para uma injeção de capital, disse o CFO Rafael Bergman a investidores em umacallde resultados na quinta.
As ações caíram até 15% em São Paulo, para apenas R$ 1,02. Trata-se da maior queda desde que a empresa abriu seu capital na B3 em 2021.
A produtora de açúcar e etanol enfrenta dificuldades financeiras e tem se concentrado no último ano em reduzir custos e vender ativos.
Esta é a primeira vez que os executivos falam diretamente sobre a necessidade de capital novo, embora não tenham sido divulgados detalhes.
Ações da Raízem têm queda recorde após divulgação de resultados

“Consideramos que um potencial aumento de capital que poderia resultar em desalavancagem material abriria caminho para que os investidores voltassem a se interessar pelas ações”, disseram analistas doUBS BBliderados por Matheus Enfeldt em uma nota na quinta-feira.
“No curto prazo, consideramos que isso representa uma importante sobrecarga e uma potencial diluição para os acionistas.”
A necessidade de capital novo representa uma mudança radical no destino de uma empresa que abriu seu capital há apenas quatro anos como a maior venda de ações da época na América Latina.
Mas as apostas da Raízen em negócios que vão desde biocombustíveis de segunda geração até açúcar rastreável e combustível de aviação sustentável ainda não deram o resultado esperado.
No final de junho, a dívida líquida era de R$ 49 bilhões, 56% maior do que no ano anterior, informou a empresa. A Raízen gastou R$ 7 bilhões no trimestre encerrado em 30 de junho.
A Raízen, a maiorplayerdo setor, passou por uma reforma administrativa no ano passado, nomeando Nelson Roseira Gomes Neto, ex-executivo da Cosan, como CEO.
Mas sua dívida continua a crescer, principalmente devido às altas taxas de juros no Brasil.
— Reportagem atualizada em 15/08/2025, às 9h, para corrigir que o relatório foi produzido pelo UBS BB, joint venture do banco suíço com o Banco do Brasil que atua em investiment banking, e não pelo UBS em si.
Fonte: Bloomberg Línea

