Novo presidente está conversando com operadoras para que convênio médico PME seja voltado efetivamente a pequenos empresários
Por Beth Koike — De São Paulo
16/08/2023 05h01 Atualizado há 7 horas
A Qualicorp, gestora com foco em planos de saúde por adesão, está perdendo espaço para os convênios médicos para pequenas e médias empresas (PME). Seu novo presidente, Maurício Lopes, abriu conversas com as operadoras para recuperar seu mercado.
“O que tenho conversado com as operadoras é como voltar o plano PME a ser o que era em sua origem, não atender uma ou duas vidas como ocorre hoje. O risco de sinistralidade do PME está parecido com o de adesão. Mas acredito que o adesão oferece muito mais, há trabalhos de retenção, gestão de cobrança. Temos que ressignificar o adesão”, disse Lopes, que assumiu o comando da Qualicorp há 15 dias.
No segundo trimestre, a Qualicorp viu sua base de usuários de planos de saúde por adesão cair 18% para 929 mil. Já no segmento PME, mercado que a companhia entrou diante da maior demanda por esse produto, houve aumento de 15% para 91,8 mil beneficiários.
No mercado, já há 4,3 milhões de usuários de planos de saúde em carteiras com um a cinco pessoas, o que representa uma alta de quase 80% quando comparado ao fim de 2019. O segmento de adesão, por sua vez, está estagnado na casa dos 6 milhões, no mesmo período.
A combinação de concorrência com os planos PME e reajustes elevados por causa da alta sinistralidade tem feito a Qualicorp ser uma das empresas mais afetadas no setor de saúde. No segundo trimestre, a administradora conquistou 76,6 mil novos clientes, mas perdeu 109 mil usuários que cancelaram o plano por causa do aumento de preço. A receita encolheu 11%, para R$ 435 milhões. O lucro caiu 72,3%, a R$ 13,7 milhões.
De 2022 para cá, os convênios médicos PME vêm sofrendo reajustes acima de 20%, patamar semelhante ao de adesão – o que abre uma oportunidade para Lopes negociar com as operadoras.
A companhia tenta desenvolver planos de saúde por adesão mais direcionados ao perfil do cliente. “Essa é uma tendência no setor, planos com rede mais enxuta mais direcionados, mas precisam ter efetividade ao usuário”, disse.
Questionado sobre a geração de caixa que, no primeiro semestre do, ficou em R$ 288 milhões, o equivalente a 13 vezes acima dos seis primeiros meses de 2022, Carlos Vasques, diretor financeiro da Qualicorp, disse acreditar que é um patamar sustentável.
Fonte: Valor Econômico