Pesquisa nacional com 1.906 pessoas indica as diferenças de motivação entre as gerações
Por Jacilio Saraiva, Para o Valor
Quase cinco em cada dez (48,5%) profissionais das gerações Y, dos nascidos entre 1981 e 1996; e Z (a partir de 1997) pretendem permanecer em seus empregos em 2023, parcela que sobe para 64% entre trabalhadores com mais idade, das gerações baby boomers (1946-1965) e X (1965-1981).
Quase metade (48%) dos primeiros grupos (Y e Z) considera as perspectivas de crescimento como o principal fator motivacional para continuar na empresa, enquanto apenas 29% entre as faixas etárias mais altas (X e baby boomers) têm a mesma opinião.
Os dados fazem parte de uma pesquisa realizada pela Ticket, marca da área de benefícios da Edenred Brasil, obtida com exclusividade pelo Valor. O estudo ouviu 1.906 pessoas no país, de todas as idades – de 16 a mais de 50 anos – sendo 57% de homens. A maioria (31,7%) tem de um a três anos de empresa, antes de 22,4% que acumulam mais de dez anos de batente, no mesmo empregador. O nível hierárquico dos pesquisados não foi questionado.
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Levantamento indica que 64% dos trabalhadores nascidos entre 1946 e 1981 pretendem continuar em seus empregos em 2023 — Foto: Unsplash
“O dado de maior destaque no levantamento foi a diferença entre as gerações Y e Z com os baby boomers e a X, no que diz respeito ao desejo de permanecer no emprego”, afirma Tatiana Romero, diretora de RH da Ticket. Enquanto 48,5% dos respondentes dos grupos que têm menos de 42 anos querem continuar na empresa, entre profissionais acima dessa idade, o índice sobe mais de 16 pontos percentuais, compara.
O resultado, segundo a executiva, indica como as gerações demonstram aspirações diferentes sobre empregabilidade e as vantagens de manter uma posição no mercado. “Por isso, em ambientes [corporativos] diversos, é importante que os gestores observem e ‘ouçam’ as expectativas, objetivos e dificuldades de cada colaborador”, explica. “Em sintonia com a área de recursos humanos, é possível criar mecanismos para acompanhar os profissionais de perto, buscando personalizar o apoio que todos precisam para desenvolver seu papel de forma produtiva [na organização].”
Segundo o relatório, quando o assunto são os benefícios concedidos pelas empresas, o mais desejado pelos trabalhadores com até 42 anos está relacionado à prática de atividades físicas, como passes para academia, mencionado por 46% dos respondentes; antes de gastos com combustível (45%) e descontos em farmácias (41%).
Entre as gerações X e baby boomer, com mais de 42 anos, as vantagens mais desejadas, por 26%, foram os descontos com medicamentos, antes do auxílio com combustível (25,5%) e planos de saúde (23%).
A enquete, realizada entre março e abril, também investigou o modelo de trabalho praticado. Entre os mais jovens, 24% atuam de forma híbrida ou totalmente remota, enquanto uma parcela menor ou 16% entre os respondentes acima de 35 anos produzem em um dos dois formatos.
Fonte: Valor Econômico