Por Dow Jones Newswires
02/01/2024 05h01 Atualizado há 6 horas
Um inesperado aumento na produção e exportação de petróleo e gás dos EUA está ajudando a atenuar o crescente impacto do conflito no Oriente Médio que afeta uma crucial rota de navegação.
Quando militantes houthis, apoiados pelo Irã, começaram a lançar mísseis e drones em navios que cruzavam o Mar Vermelho, perto do Iêmen, em outubro, muitos temiam que a interrupção da vital rota de navegação pudesse elevar os preços da energia. No entanto, os preços do petróleo e do gás neste último mês caíram cerca de 5% e 23%, respectivamente. Isso se deve, em grande parte, à produção recorde dos EUA.
Em novembro, as exportações de petróleo dos EUA atingiram um recorde de 4,5 milhões de barris por dia. Da mesma forma, as exportações americanas de gás natural liquefeito (GNL), estavam em níveis recordes em dezembro, segundo a consultoria Kpler. Países europeus têm adquirido mais combustíveis fósseis dos EUA nos últimos meses, tornando-se menos dependentes dos envios pelo Canal de Suez.
Os ataques a navios, que os houthis afirmam serem em retaliação à guerra de Israel na Faixa de Gaza, intensificaram-se nos últimos dias. No domingo, a Marinha dos EUA informou ter destruído três barcos houthis para proteger um navio-contêiner da AP Moller-Maersk, que depois do incidente suspendeu o trânsito de seus navios pelo Mar Vermelho por 48 horas para avaliar a segurança da via.
Ontem, o Irã informou que enviou um navio de guerra para a região em uma ação que eleva as tensões nessa via crucial para o comércio global. O destróier Alborz atravessou ontem o estreito de Bab El-Mandeb, um estreito ponto de estrangulamento entre o Mar Vermelho e o Golfo de Aden, informou a mídia estatal iraniana, sem especificar a missão do navio.
A crise de navegação deve elevar os preços ao consumidor para bens que cruzam o Mar Vermelho, com centenas de navios forçados a usar uma rota alternativa que contorna o Cabo da Boa Esperança, na África do Sul. Só que isso acontece em um momento de novo aumento da produção de petróleo nos EUA, que atingiu 13,2 milhões de b/d em outubro, um aumento de quase 900 mil b/d em termos anuais, segundo dados oficiais mais recentes, atenuando a pressão sobre os preços de energia.
Enquanto a porcentagem de petroleiros de GNL previstos para passar pelo Canal de Suez caiu ao ponto mais baixo em dez anos, as exportações americanas de GNL devem atingir um recorde de mais de 8 milhões de toneladas em dezembro, estima a Kpler.
Fonte: Valor Econômico
