Por Taís Hirata, Valor — São Paulo
31/07/2023 19h40 Atualizado há 10 horas
A privatização da Sabesp será feita por meio de uma oferta pública de ações, em que a participação do Estado, hoje de 50,3%, será diluída — a fatia ainda não foi definida. A ideia, segundo o governador Tarcísio de Freitas, é fazer um follow-on, mas com a possibilidade de um acionista de referência, ou seja, um modelo mais flexível do que o da Eletrobras, que pulverizou o capital.
O anúncio da modelagem foi feito no fim de tarde desta segunda-feira (31), logo após reunião do Programa de Parcerias em Investimentos (PPI).
O formato foi escolhido entre outros três estudados: um follow on em que haveria pulverização do capital, a venda parcial da empresa e a venda total da empresa. “Queremos investidores de referência e parceria de longo prazo”, disse Natalia Resende, secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística.
O modelo proposto pelo Estado prevê investimentos de R$ 66 bilhões até 2029, o que representa R$ 10 bilhões a mais em relação ao atual plano de investimentos da Sabesp, e uma antecipação da universalização, de 2033 para 2029.
Os investimentos incluem, além da universalização dos serviços, obras de dessalinização de água, aportes na despoluição dos rios Tietê e Pinheiros, e ainda intervenções de prevenção em mudanças climáticas.
O Estado seguirá como acionista minoritário, mas a fatia ainda será definida, segundo o governador.
Sem definição sobre golden share
O governo paulista ainda não tem uma definição sobre ter ou não uma golden share na Sabesp, uma vez que for privatizada. Esta será uma decisão que ainda será tomada, segundo Natalia Resente, secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística.
“O Estado vai permanecer de forma que assegure as metas de antecipação da universalização e dos objetivos que a privatização trouxe. O Estado permanece para acompanhar crescimento da companhia, mas a questão da golden share será estudada”, disse.
A privatização da Sabesp deverá prever trava para a participação de acionistas privados, mas a ideia é que haja investidores de referência, ou seja, acionistas com maior controle para direcionar a empresa com um olhar de longo prazo, diz Rafael Benini, secretário de Parcerias em Investimentos. A ideia não é permitir acionistas majoritários, nem necessariamente criar um bloco de controle, diz ele.
O acionista de referência poderia, por exemplo, ter uma participação acionária um pouco maior e vagas garantidas no conselho de administração, explica Benini.
Essas definições, porém, ainda serão detalhadas. “A ideia não é ter ninguém controlando. Mas posso ter poucos acionistas com assento no conselho e direcionar a empresa. Mas ainda não estamos seguros sobre ter bloco de controle. Hoje a ideia é impedir isso, mas ter acionistas capazes de direcionar”, disse.
Fonte: Valor Econômico

