29 Nov 2023 DANIELA AMORIM e DANIEL TOZZI MENDES
Pressionada pelos aumentos nos preços dos alimentos e das passagens aéreas, a prévia na inflação oficial no País acelerou na passagem de outubro para novembro.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) passou de uma alta de 0,21% no mês passado para uma elevação de 0,33% neste mês, divulgou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado fez a inflação acumulada em 12 meses arrefecer para 4,84% em novembro – o índice era de 5,05% em outubro –, após sequência de três meses consecutivos de aceleração.
A alta de 19,03% no preço das passagens aéreas respondeu sozinha por metade da prévia da inflação oficial no País em novembro. O subitem teve o maior impacto individual no mês, uma contribuição de 0,16 ponto porcentual para a taxa de novembro.
Já os combustíveis recuaram 2,11% em novembro, compensando boa parte da pressão das tarifas aéreas. A gasolina ficou 2,25% mais barata, item de maior contribuição negativa para o IPCA-15, – 0,11 ponto porcentual. Houve quedas também no etanol (-2,49%) e no gás veicular (-0,57%), enquanto o óleo diesel subiu 1,12%. ALIMENTAÇÃO. Os preços dos alimentos para consumo no domicílio ficaram mais caros em novembro, interrompendo uma sequência de cinco meses de quedas. Os preços do grupo alimentação e bebidas registraram uma elevação de 0,82%, puxados pela alta de 1,06% nos alimentos para consumo no domicílio. As famílias pagaram mais por cebola (30,61%), batata-inglesa (14,01%), arroz (2,60%), frutas (2,53%) e carnes (1,42%). Houve quedas no feijão carioca (-4,25%) e no leite longa-vida (-1,91%).
“O processo de desinflação é lento, mas continua”, disse o economista Luca Mercadante, da gestora de recursos Rio Bravo Investimentos, lembrando que a estratégia do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, de cortes de 0,50 ponto porcentual na taxa básica de juros, deve continuar “ao menos pelas duas próximas reuniões”. •
Fonte: O Estado de S. Paulo

