Por Lucianne Carneiro, Valor — Rio
10/11/2023 09h06 Atualizado há 19 minutos
A inflação oficial brasileira, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi de 0,24% em outubro, após se situar em 0,26% um mês antes. Em outubro de 2022, o IPCA registrou elevação de 0,59%. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A taxa de 0,24% em outubro de 2023 ficou abaixo das projeções de 41 instituições financeiras e consultorias, ouvidas pelo Valor Data, de 0,28% de aumento. O resultado ficou dentro do intervalo das projeções, que ia de 0,18% a 0,39%.
O preço da passagem aérea subiu 23,70% e foi a principal contribuição para a alta do IPCA em outubro, de 0,14 ponto percentual. Isso significa que, se o preço de passagem aérea tivesse ficado estável, o IPCA teria subido 0,10% e não 0,24%. Foi o segundo mês seguido de aumento do preço de passagem aérea, que já tinha avançado 13,47% em setembro. No resultado em 2023, até outubro, a alta é de 13,53%. Já o resultado acumulado nos 12 meses até outubro foi bem menor, de 3,31%.
“É o segundo mês seguido de alta das passagens aéreas. Essa alta pode estar relacionada a alguns fatores como o aumento no preço de querosene de aviação e a proximidade das férias de fim de ano”, explica o gerente da pesquisa, André Almeida.
Com a taxa de outubro, o resultado acumulado npelo IPCA os últimos 12 meses foi de 4,82%, ante 5,19% até setembro. Para esse resultado, a mediana das estimativas do Valor Data era de 4,86%, com projeções entre 4,76% e 4,98%.
O resultado do IPCA em 12 meses ficou acima do centro da meta inflacionária estabelecida pelo Banco Central (BC) de 3,25% para 2023, mas dentro da margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, para mais ou para menos.
Em 2023, até outubro, a alta foi de 3,75%.
Das nove classes de despesas usadas para cálculo do IPCA, quatro tiveram aceleração na passagem entre setembro e outubro, também quatro desaceleraram e uma ficou estável.
Mudaram de rumo alimentação e bebidas (de -0,71% para 0,31%) e artigos de residência (de -0,58% para 0,46%), enquanto subiram mais vestuário (de 0,38% para 0,45%) e saúde e cuidados pessoais (de 0,04% para 0,32%).
Por outro lado, foram registradas taxas menores em habitação (de 0,47% para 0,02%), transportes (de 1,40% para 0,35%) e despesas pessoais (de 0,45% para 0,27%). Comunicação aprofundou o ritmo de baixa (de -0,11% para -0,19%).
Os preços de educação, por sua vez, mantiveram em outubro o mesmo ritmo de alta apurado em setembro, de 0,05%.
O IBGE calcula a inflação oficial brasileira com base na cesta de consumo das famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos, abrangendo dez regiões metropolitanas, além das cidades de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e Brasília.
Difusão
A inflação se espalhou mais pelos itens que compõem o IPCA em outubro. O chamado Índice de Difusão, que mede a proporção de bens e atividades que tiveram aumento de preços, subiu para 52,5% no mês passado, de 42,7% em setembro, segundo cálculos do Valor Data considerando todos os itens da cesta.
Excluindo alimentos, grupo considerado um dos mais voláteis, o indicador também mostrou uma maior abrangência das altas de preços, de 44% para 48,8%.
Média dos núcleos
A média dos cinco núcleos do IPCA monitorados pelo Banco Central (BC) subiu para 0,26% em outubro, de 0,22% em setembro, segundo cálculos da MCM Consultores.
No IPCA em 12 meses, no entanto, a média dos cinco núcleos recuou de 5,01% para 4,71%.
A meta de inflação perseguida pelo BC é de 3,25% em 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual, para cima ou para baixo.
Fonte: Valor Econômico

