Os preços dos metais de terras raras atingiram níveis recordes nas últimas semanas, desde que a China restringiu as exportações dos principais materiais usados em veículos elétricos, turbinas eólicas e outros itens em meio à guerra comercial com os EUA.
O preço do disprósio na Europa – a referência para o material fora da China – triplicou desde o início de abril, chegando a US$ 850 por quilo na quinta-feira, de acordo com a Argus Media. O térbio aumentou de US$ 965 para US$ 3.000 por quilo.
Ambos registraram os maiores aumentos mensais e os preços mais altos em dados desde maio de 2015.
Em 4 de abril, o governo chinês anunciou restrições às exportações de sete metais de terras raras, incluindo térbio e disprósio – uma medida amplamente vista como retaliação às tarifas “recíprocas” anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
Acredita-se que as exportações chinesas de metais de terras raras tenham sido interrompidas imediatamente depois, de acordo com a Argus.
Os metais de terras raras são às vezes chamados de “vitaminas industriais”, pois podem melhorar a funcionalidade dos materiais aos quais são adicionados, mesmo em pequenas quantidades. Eles são essenciais para a fabricação de produtos avançados como veículos elétricos, motores de turbinas eólicas e aeronaves.
Os sete elementos afetados pelas restrições da China são classificados como terras raras médias e pesadas. Elas são menos comumente disponíveis do que as terras raras leves, e a China é responsável pela maior parte de seu fornecimento global.
“É difícil substituir as terras raras restritas por materiais produzidos em outros países”, disse Takahiro Sato, do Departamento de Pesquisa Industrial do Mizuho Bank.
O aumento dos preços das terras raras pesadas afeta diretamente o custo dos motores usados em veículos elétricos e outros produtos. “Restrições prolongadas de fornecimento podem tornar a produção de veículos elétricos impossível como um todo”, disse Toru Okabe, professor do Instituto de Ciência Industrial da Universidade de Tóquio.
A escassez de terras raras também influenciou os laços dos EUA com a Ucrânia, com Trump expressando interesse nos recursos ucranianos. Os países assinaram esta semana um acordo para desenvolver conjuntamente recursos energéticos e minerais na Ucrânia.
Fonte: Valor Econômico

