Por Henry Ren, Bloomberg
05/09/2023 14h15 Atualizado há 19 horas
Uma venda recorde de ações chinesas por parte de fundos globais empurrou o posicionamento estrangeiro nas bolsas do país ao nível mais baixo desde outubro, quando as restrições rígidas contra covid ainda vigoravam.
Isso sugere que os gestores de recursos estrangeiros estão pouco convencidos das medidas de estímulo anunciadas nas últimas semanas.
Os fundos estrangeiros venderam cerca US$ 12 bilhões em ações da China continental em agosto através de Hong Kong, o maior valor em dados compilados pela Bloomberg desde 2016.
“Nossos dados de posicionamento mais recentes mostram que ficar underweight em China é consenso”, disseram estrategistas do Morgan Stanley liderados por Gilbert Wong. “As saídas líquidas de gestores ativos de fundos de longo prazo de ações da China dobraram em agosto em relação a julho.”
Mas para alguns gestores como Luca Castoldi, do Reyl Group em Singapura, a debandada é uma oportunidade para construir posições.
Com o governo cumprindo as promessas de apoiar a economia, “estamos confiantes para começar a aumentar a exposição à China”, especialmente em ações de tecnologia e de consumo, disse Castoldi.
Para Fredrik Bjelland, que gere o fundo de ações de mercados emergentes da norueguesa Skagen, a estratégia de investir em ações chinesas permanece inalterada: focar em fundamentos com empresas que possam resistir aos desafios macroeconômicos.
“Independentemente do que aconteça, haverá vencedores”, disse ele. “Em uma crise em que as coisas caem muito rapidamente, a correlação é muito elevada. Então tudo cai mais ou menos igual. Dá para ganhar dinheiro tentando abocanhar as que vão se recuperar novamente.”
Bjelland tem a Ping An Insurance e a petrolífera Cnooc entre as principais participações em seu portfólio de mercados emergentes. Depois de sair de três ações chinesas este ano – Foxconn, Hisense Home Appliances e China Life Insurance – ele está considerando investir em incorporadoras imobiliárias e empresas de administração de propriedades em busca de potenciais sobreviventes da crise do setor.
Fonte: Valor Econômico

