O Programa Nacional para Data Centers (ReData) não terá como foco apenas a redução de impostos federais para a importação de equipamentos. De acordo com fontes consultadas pela Coluna, ele foi desenhado também para estimular as empresas a montar computadores no Brasil, para fortalecer a indústria local.
Embora o País não produza GPU, a unidade de processamento gráfico, há fabricação local de servidores. Sendo assim, o melhor cenário para as empresas investidoras será importar o que não é fabricado no Brasil e montar os computadores e servidores em solo brasileiro, podendo agregar entre 15% e 20% de tecnologia nacional conforme parâmetros já estabelecidos. As leis vigentes já incentivam o porcentual de nacionalização.
A equipe econômica tem se articulado com o Ministério do Meio Ambiente, de Marina Silva, para firmar o posicionamento de que o Brasil não está apenas em uma corrida para oferecer o menor custo. “É uma corrida para que o data center seja o mais limpo do mundo”, diz um fonte.
País é quatro vezes mais eficiente que os EUA
O Brasil seria um dos poucos lugares do mundo em que se consegue fazer data centers com carbono zero, uma vez que a matriz energética brasileira é reconhecidamente limpa. Segundo cálculos usados para embasar o texto da nova política, processar um token de IA em São Paulo é quatro vezes mais eficiente do que na Virgínia, nos Estados Unidos.
“Dado que o planeta aquece, não importa se você jogar o carbono na Virgínia ou em São Paulo. O planeta precisa que o Brasil entre nessa equação, para que possamos baixar a pegada de carbono da IA no mundo”, afirma uma fonte técnica.
A nova política foi desenhada para ser fiscalmente neutra. A proposta está pronta na Casa Civil e o governo Lula avalia o melhor momento para envio ao Congresso Nacional. O ReData é necessário especialmente no ano que vem, antecipando os efeitos da Reforma Tributária sobre o consumo.
Com o ReData, os investimentos na cadeia devem crescer de US$ 10 bilhões a US$ 20 bilhões no curto prazo, de acordo com cálculos da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom). Até 2030, a estimativa chega a R$ 200 bilhões.
Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 01/08/2025, às 14:50.
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Fonte: Estadão

