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As incorporadoras estão se movimentando para participar do primeiro leilão de Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs) da região da avenida Brigadeiro Faria Lima, na capital paulista, desde 2021. Há pelo menos 20 grupos interessados em participar do certame que ocorre nesta terça-feira, apurou o Pipeline.
São principalmente companhias com projetos na região como a Construtora São José, a Lucio Incorporadora, JHSF, Partage – do empresário Ricardo Baptista, um dos sócios do grupo farmacêutico Aché -, além de Bolsa de Imóveis e Jacarandá Capital, desenvolvedora e gestora de investimentos imobiliários, segundo fontes com conhecimento do assunto.
Esse é o maior leilão da Operação Urbana Faria Lima desde 2019, quando foram vendidos 93 mil títulos com ágio de 170%. A Prefeitura de São Paulo vai oferecer 164,5 mil Cepacs do total de 218,5 mil títulos autorizados para a emissão, que devem levantar ao menos R$ 2,9 bilhões. A operação é coordenada pelo BB Investimentos.
Os Cepacs permitem que incorporadoras levantem prédios acima dos limites estabelecidos no perímetro da região. Muitas precisam dos títulos para desenvolver seus projetos ou expandir os empreendimentos já existentes. Por isso, é esperada uma participação menor de gestoras de investimentos, dado que a disputa deve levar a um ágio, o que não seria interessante para agentes com viés predominantemente financeiro.
O preço dos títulos foi estabelecido em R$ 17,6 mil, mesmo valor do último leilão. Contudo, o preço do metro quadrado subiu de lá para cá, e hoje está em torno de R$ 45 mil em média, considerando o custo de reposição para edifícios triplo A na região central da Faria Lima. Por isso, é esperado que o leilão saia com ágio, mas não chegue ao patamar dos 170% de 2021, que inviabilizaria a construção de novos empreendimentos.
“No leilão de 2021, a prefeitura acabou cortando pela metade o número de títulos que eram necessários de acordo com a demanda e, por isso, o ágio foi tão alto. Não vejo isso acontecer nesse leilão”, diz um gestor. “O ágio deve ficar entre 30% a 50%. Acima disso, não fecha a conta para edifício corporativo.”
Os compradores não estão de olho só nos projetos novos: há também incorporadoras que precisam regularizar os empreendimentos. A estimativa é que haja cerca de 15 projetos nessa situação e uma delas é a São José, que teve uma obra de luxo embargada por ultrapassar o limite de construção. A maior demanda deve ficar com o trecho entre as avenidas Cidade Jardim e Presidente Juscelino Kubitschek.
Fonte: Valor Econômico