Por Vibhuti Agarwal e Shan Li, Dow Jones — Nova Déli
28/02/2023 10h54 Atualizado há 13 horas
A economia da Índia cresceu 4,4% de outubro a dezembro em comparação ao mesmo período do ano anterior, pressionada pela fraca demanda do consumidor e pela alta inflação.
Mesmo assim, a economia da Índia vem obtendo um desempenho relativamente satisfatório em um ambiente difícil, onde até mesmo os indicadores da China apontam para uma desigual recuperação pós-pandemia, apesar da reabertura. A economia chinesa cresceu apenas 2,9% no último trimestre de 2022, em comparação a igual período do ano anterior, segundo dados oficiais.
Os números do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados nesta terça-feira (28) pela Índia mostram uma desaceleração no ritmo de crescimento da economia em relação aos dois trimestres imediatamente anteriores. A economia cresceu 6,3% no 3 trimestre e 13,2% no 2 trimestre.
Mas o impulso do crescimento indiano está diminuindo. “A demanda reprimida acabou”, disse Kunal Kundu, economista do Société Générale Corporate & Investment Bank para a Índia. A demanda aumentou no início de 2022, quando o país começou a sair das restrições da pandemia de covid-19. O mercado de trabalho também se recuperou dos pontos baixos da pandemia, mas muitos trabalhadores tiveram de aceitar cortes salariais, afetando sua capacidade de gastar, disse Kundu.
Enquanto isso, os preços subiram. A inflação no varejo, que havia diminuído no fim do ano passado, voltou a subir em janeiro para 6,52%, superando o limite máximo de tolerância do Banco Central da Índia, que é de 6%, de acordo com o Escritório Nacional de Estatística. O BC elevou neste mês sua principal taxa de juros em 0,25 ponto percentual, para 6,5% — sexto aumento consecutivo — e sugeriu mais aumentos na taxa.
Economistas disseram que a inflação na Índia pode demorar dois anos para chegar à meta do banco central de 4%. A confiança do consumidor permaneceu baixa em janeiro, de acordo com uma pesquisa bimestral do BC indiano.
Fonte: Valor Econômico

