Petrobras e Suzano captaram, juntas, US$ 3 bilhões em títulos de dívida no mercado internacional, ampliando a lista de emissões de brasileiras no ano. Ambas as operações registraram forte demanda, refletindo o apetite de investidores por títulos de países emergentes.
O esperado pelo mercado é que o resultado das ofertas desperte o interesse de outras companhias para a temporada de captações, iniciada nesta semana, com o fim das férias de verão no Hemisfério Norte. O próximo nome da fila é o da Rede D’Or, que começou apresentações a investidores na terça-feira e pretende emitir bonds após cinco anos sem acessar o mercado lá fora.
“A janela continuará positiva, até mesmo porque os spreads estão em níveis apertados e os fundos que compram dívidas de emergentes estão registrando entradas”, apontou um executivo de banco de investimento.
A Petrobras precificou US$ 2 bilhões divididos em duas tranches, uma de cinco anos e a outra de dez anos. A demanda pelos papéis chegou a US$ 6,6 bilhões ao longo do dia, o que permitiu a redução das taxas da operação, segundo fontes. O título mais curto teve taxa de 5,35%, enquanto o mais longo fechou em 6,55%. No início da venda dos papéis, eram sinalizadas taxas de 5,7% e 6,9%, respectivamente.
A companhia ainda não tinha acessado o mercado internacional de dívida neste ano, optando por captar recursos no mercado doméstico. Um dos sinais do sucesso da operação lá fora, além do tamanho do “book”, foi o nível de spreads, que chegou ao menor patamar em relação aos do Tesouro Nacional, segundo bancos que atuaram na oferta.
Já a Suzano emitiu US$ 1 bilhão com prazo de dez anos e taxa de 1,45% acima do T-note (título do Tesouro americano) de mesmo vencimento, com a demanda pelos títulos superando US$ 3 bilhões. A previsão inicial era de uma sobretaxa de 1,8%. A companhia vai usar os recursos para financiar uma oferta de recompra e para o resgate antecipado integral de bonds com vencimento em 2026 e 2027.
O Tesouro, que na terça-feira precificou US$ 1 bilhão com papéis de 30 anos e US$ 750 milhões com a reabertura de um bond de cinco anos, fez uma operação de troca de dívidas (“tender offer”). Com isso, o volume total captado com o título de prazo mais longo subiu para US$ 2,5 bilhões.
No ano, as ofertas de bonds de nomes nacionais superam US$ 27 bilhões, segundo levantamento do Valor feito a partir de anúncios das companhias. A projeção de bancos é que o volume chegue a US$ 30 bilhões até o fim do ano.
BBVA, Citi, Deutsche Bank Securities, Itaú BBA, Santander e UBS BB atuaram na oferta da Petrobras. Na emissão da Suzano, foram responsáveis Bank of America (BofA), BNP Paribas, Itaú BBA, J.P. Morgan, Mizuho e Rabobank. Também participaram Credit Agricole, Goldman Sachs, HSBC, MUFG, Safra, Santander, Scotiabank, SMBC Nikko e UBS BB.
Fonte: Valor Econômico

