Em 2019, startups receberam aportes de US$ 800 milhões, valor que deverá subir para US$ 3 bilhões até 2030
Por Mônica Magnavita — Do Rio
12/05/2023 05h03 Atualizado há 6 horas
As femtechs, startups que usam a tecnologia para criar soluções exclusivamente voltadas ao atendimento das demandas femininas, são um termo tão novo quanto as mudanças que estão promovendo. Surgiram em 2018, na Europa, a partir da experiência pessoal de suas criadoras, insatisfeitas com a ausência de serviços específicos para suas necessidades – principalmente na área de saúde, onde inovação e medicamentos são ainda predominantemente desenvolvidos por pesquisadores homens.
Por essa razão, é na área da saúde que se encontra a maior concentração de novas femtechs. A novidade ainda engatinha – cerca de 10% das startups têm mulheres na liderança -, mas as perspectivas são promissoras. Em 2019, as femtechs recebeu aportes de US$ 800 milhões no mundo, valor que deverá subir para US$ 3 bilhões até 2030.
Stephanie von Staa Toledo, fundadora e CEO da Oya Care, aponta que para o nível de adesão a esse novo modelo de startup, devido ao gap de serviços desenvolvidos pensando na necessidade das mulheres. “Nosso diferencial é dar acolhimento sem preconceito. Além disso, é fácil de agendar, não há atraso na consulta e os preços são transparentes. As mulheres sabem exatamente quanto vão gastar.”
Vivendo entre em Nova York e Londres, em 2018, a executiva voltou para o Brasil para montar a empresa de saúde feminina preventiva nos moldes bem-sucedidos do exterior. Para isso, identificou três temas: necessidade das mulheres brasileiras, sustentabilidade do negócio e alinhamento com seus valores. O resultado foi a criação da Oya no fim de 2020, inicialmente com atendimento virtual e a partir deste ano com a clínica física, em São Paulo. “Nossa missão é promover autonomia feminina usando tecnologia e ciência, garantindo às mulheres a tomada de decisões de suas vidas”, afirma Toledo.
Os números mostram que há demanda para as femtechs. Segundo a executiva, a Oya cresceu 20% ao mês em média nos últimos dois anos e, em 2023, com o novo espaço, mais de 40% ao mês. A empresa recebeu aporte de investidores brasileiros, entre eles o do Canary, fundo de venture capital criado em 2017 com o intuito de ser o primeiro investidor de times com potencial de se tornarem unicórnios no Brasil e na América Latina. “Buscamos pessoas que estejam aptas a resolver grandes problemas da região, com negócios escaláveis e com base de tecnológica”, afirma Izabel Gallera, sócia da Canary, executiva tão jovem quanto Stephanie Toledo. O fundo já levantou US$ 3,8 milhões, em duas rodadas de investimentos.
Fonte: Valor Econõmico