Ray Dalio acha que o próximo Vale do Silício pode estar a 13 mil quilômetros da Califórnia.
Em entrevista à CNBC, o fundador da Bridgewater — maior hedge fund do mundo — disse que o Oriente Médio está se firmando como um dos polos mais poderosos de inteligência artificial, graças a uma combinação rara: capital soberano praticamente ilimitado e um fluxo constante de talentos globais.
Os Emirados Árabes e a Arábia Saudita têm participado de projetos para construir data centers, nuvens e infraestrutura pesada de IA. Um exemplo é o acordo anunciado este ano entre o Google Cloud e o PIF, o fundo soberano saudita, para erguer um “hub global de IA” no país. Paralelamente, OpenAI, Oracle, Nvidia e Cisco uniram forças para construir um complexo de IA nos Emirados — o campus Stargate, que pretende ser um ímã de pesquisadores, engenheiros e investidores.
“Eles estão criando gente talentosa. A região está virando um Vale do Silício dos capitalistas. O dinheiro está chegando, o talento está chegando”, diz Dalio, que já deixou de ser acionista e conselheiro da Bridgewater, mas mantém seu patrimônio aplicado por meio dos fundos da firma.
Dalio conhece o Golfo de perto, pois visita Abu Dhabi há mais de 30 anos, e diz que a ascensão não é acaso, mas fruto de planejamento estatal de longo prazo. O ex-gestor, agora já afastado da função, define os Emirados Árabes como “um paraíso num mundo conturbado”, citando estabilidade, liderança pragmática, qualidade de vida e uma ambição clara: construir um mercado financeiro e tecnológico de alcance global.
“Há um buzz aqui, o mesmo tipo de buzz que existe em São Francisco quando o assunto é IA. É muito parecido.”
Fonte: Pipeline

