O secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, afirmou nesta quinta-feira que o tamanho da queda da taxa Selic “está muito mais ligado a fatores externos do que domésticos”. Atualmente, a Selic está em 10,5% ao ano.
De acordo com Mello, o nível da Selic ao fim do ciclo de corte de juros será “um tema que vamos ter observar nas próximas reuniões” do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). Mas, segundo ele, do ponto de vista doméstico, “o comportamento da inflação brasileira é muito positivo”.
“Teremos desaceleração da inflação neste ano, mesmo com pressões externas e internas, como as que vão advir do Rio Grande do Sul”, disse ele.
O secretário afirmou, por exemplo, que os “núcleos anualizados de inflação estão praticamente na meta”, assim como a trajetória de preços “para camadas mais pobres”. Ele também pontuou que os preços dos “serviços subjacentes estão bem comportados”.
Na frente externa, afirmou que os dados mais recentes dos Estados Unidos “também podem abrir novas revisões” para baixo para a inflação. “Isso abre espaço para o Fed [Federal Reserve, o banco central americano] iniciar em setembro, não sei se antes, a redução [de juros]”, disse.
Sobre o Brasil, Mello afirmou que o próprio BC admite “que o nosso patamar de taxa de juros é bastante restritivo”. “Há bastante espaço para diminuir a Selic e ainda assim permanecer em patamar restritivo”, argumentou o secretário, destacando que nos cálculos do Ministério da Fazenda a taxa neutra de juros em termos nominais está entre 8% e 9%.
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Fonte: Valor Econômico
