Em teleconferência sobre resultados do primeiro trimestre, diretor financeiro afirma que a alta nos gastos de abertura de unidade passou de R$ 1,1 milhão para R$ 1,3 milhão
Por Adriana Mattos, Valor — São Paulo
03/05/2022 12h12 Atualizado há 2 dias
O aumento da inflação afetou lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda, da sigla em inglês) e também o lucro líquido, disse presidente da Pague Menos, Mario Queiros, em teleconferência com analistas sobre desempenho do primeiro trimestre.
Ainda segundo a empresa, a alta da inflação vem encarecendo os investimentos do grupo, com alta nos gastos de abertura de unidade de R$ 1,1 milhão para R$ 1,3 milhão, disse o diretor financeiro, Luiz Novais.
“Há uma pressão grande, mas a TIR [taxa interna de retorno] está muito alta, acima de 18%, e acima do custo de capital”, disse o diretor.
Segundo balanço divulgado, a receita líquida subiu 11,1% , para R$ 1,7 bilhão de janeiro a março, mas o lucro líquido (não ajustado) caiu 47%, para R$ 23,4 milhões.
A empresa disse que mantém projeção de 120 aberturas em 2022, apesar do primeiro trimestre de poucas aberturas, afirmou Queiros.
“Devemos abrir 30 no segundo trimestre e somando o primeiro trimestre, vão dar 40. Queríamos mais, só que não deu [os processos de abertura afetaram as inaugurações], mas ainda estamos confiantes nos 120”, disse Queiros. Foram 80 inaugurações em 2021. Inaugurações afetam despesas e o Ebitda da rede.
Sobre indicadores operacionais, a empresa citou efeitos positivos e negativos. Afirmou que a alta mais forte de vendas de janeiro a março e o valor do imposto de renda diferido ajudaram no lucro líquido, e tem havido maior descolamento de receita total e de “mesmas lojas” (com mais de um ano). Mas reforça que houve o efeito de aberturas de novos pontos nos números.
“A expectativa do ano é margem andar de lado, com digital e parcerias afetando”, resumiu o diretor.
O executivo destacou que o maior controle de estoque e de perdas com produtos têm sido ações para evitar impacto maior na rentabilidade. A margem bruta caiu de 29,8% para 29,6% entre primeiro trimestre de 2021 e de 2022.
Sobre demanda, ele disse que, no começo de abril, quando é repassado reajustes de medicamentos anual, o ritmo perdeu força, mas já se normalizou ao longo do mês.
A respeito da aprovação da compra da Extrafarma, em análise no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a companhia afirmou esperar um impacto pequeno de medidas que o órgão pode tomar, considerando os pedidos de informações feitos à rede. E entende que a decisão deve estar perto.
Pelo prazo normal do órgão, a decisão poderia sair entre fim de agosto e setembro. A companhia atualizou expectativas de sinergias geradas com a compra pela inflação.
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— Foto: Leo Caldas/Valor
Fonte: Valor Econômico