7 Feb 2024
A Câmara dos Deputados da Argentina devolveu para as comissões o pacote de reformas de Javier Milei, a “Lei Ônibus”, após impasse na discussão sobre privatizações. Ontem, eles deveriam votar individualmente cada um dos mais de 380 artigos, após a aprovação do texto-base, na semana passada. Sem acordo, o presidente da Casa, Martín Menem, anunciou a volta do projeto para a fase de comissões e deu a sessão por encerrada.
Depois de sofrer derrotas na discussão sobre os poderes extraordinários e na reforma do Estado, o bloco governista pediu um intervalo de 15 minutos, antes da votação das privatizações. Um grupo de deputados se reuniu no gabinete de Menem durante a pausa, que se estendeu por mais de 45 minutos, até a decisão de reenviar o projeto para as comissões – uma ideia dos próprios governistas.
Oscar Zago, líder do Liberdade Avança, partido de Milei, negou que tenha sido uma derrota e acusou os governadores de não cumprirem o acordo. “Não houve fracasso nas negociações”, disse. Nas redes sociais, o partido publicou um duro recado: “Traição se paga caro”.
A oposição celebrou. “Derrota política do governo e papelão histórico. A lei voltou para as comissões, nunca vi nada assim”, escreveu o deputado peronista Leandro Santoro.
LAMENTAÇÃO. Enquanto era derrotado em Buenos Aires, Milei seguia sua agenda oficial em Jerusalém. Ontem, ele visitou o Muro das Lamentações, passou vários minutos com a testa tocando as pedras, os braços estendidos e saiu visivelmente emocionado. Após a visita, ele prometeu tirar a embaixada argentina de Tel-Aviv e instalá-la em Jerusalém, que Israel considera sua capital. •
Fonte: O Estado de S. Paulo

