O rali do ouro pode estar bem longe do fim. Se o “bull market” (mercado de alta) atual se mantiver em vigor, os preços do metal precioso podem subir bem mais. É o que defende Michael Hartnett, estrategista do Bank of America (BofA) e uma das vozes mais influentes de Wall Street.
“A história não é guia para o futuro, mas, em média, o ouro subiu cerca de 300% nos quatro últimos ‘bull markets’ em um ciclo médio de 43 meses — o que apontaria para um pico em torno de US$ 6 mil na próxima primavera [no Hemisfério Norte]”, escreve Hartnett em comentário enviado a clientes.
Os preços do ouro têm sido observados com atenção pelos participantes do mercado, na medida em que o metal precioso só tem se valorizado, mesmo em dias de dólar forte ou de maior apetite por risco.
Hartnett observa, ainda, que há poucos investidores estruturalmente comprados em ouro — apenas 0,5% do patrimônio de clientes privados e 2,3% do investidor institucional.
Além disso, para o estrategista, há pontos importantes à frente que podem fazer o ouro se valorizar ainda mais, como a nomeação do futuro presidente do Federal Reserve (Fed); políticas expansionistas e de incentivo a bolhas; e uma possível reprecificação do ouro como um ativo financeiro, nos moldes de 1934 e de 1973, o que sustenta uma aposta na desvalorização das moedas fiduciárias. Os últimos dias, inclusive, têm sido marcados por um “debasement” (depreciação relevante) de moedas antes vistas como portos seguros.
Nos cálculos de Hartnett, com o bull market atual do ouro tendo se iniciado em outubro de 2022, o metal precioso já exibiu uma alta de 147%. Existe, portanto, espaço considerável para uma valorização adicional do ouro caso a média histórica sirva como referência.
Fonte: Valor Econômico

