Otan quer desencorajar a China a agir contra Taiwan

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) não tem ambições de se tornar uma aliança militar regional na região Indo-Pacífico, mas irá “desencorajar” fortemente a China de “adotar ações que mudarão o status quo de Taiwan“, disse o secretário-geral adjunto da aliança para desafios emergentes de segurança, David van Weel.

O representante da Otan disse que não vê um cenário em que a aliança militar – responsável pela segurança na Europa e no Atlântico – desempenhe um papel militar na região, mas enfatizou que “o mais importante é que a China perceba que não deveria tomar quaisquer medidas unilaterais para mudar o status quo de Taiwan. Essa é a nossa mensagem mais forte nesse sentido”.

Weel não mencionou como a Otan dissuadiria o Partido Comunista da China a prosseguir com as ambições de “reunificar” Taiwan, que considera parte do seu território. Da mesma forma, não disse como a Otan agiria em caso de um conflito no Estreito de Taiwan.

O representante da Otan disse que pretende aumentar a cooperação com o Japão, particularmente em tecnologias de ponta, como inteligência artificial e computação quântica. “Se mantivermos a nossa vantagem tecnológica, isso irá nos ajudar na batalha mais ampla pela democracia”, disse ele.

Quanto à possibilidade da Otan abrir um escritório em Tóquio, Weel disse que o assunto “ainda está em cima da mesa. Teremos de ver.”

Ao falar sobre o cenário mundial atual, Weel disse que a ordem internacional baseada em regras está sob pressão. “Existem regimes autoritários que estão se unindo, que cumprem as regras que ‘podem fazer o que é certo’, em vez da justiça baseada em regras e normas”, disse ele, colocando a questão como um desafio para os países democráticos, quer estejam na Europa, América do Norte ou Ásia.

“É muito importante que as nações pensem da mesma forma, pelas democracias, que defendam aquilo em que acreditamos – a nossa ordem mundial livre e baseada em regras”, disse ele. “Isso está no cerne do nosso aprofundamento da cooperação entre a Otan e os parceiros do Indo-Pacífico.”

Sede da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em Bruxelas — Foto: Divulgação

Fonte: Valor Econômico