A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) concordou em realizar um corte significativo na produção, de mais um milhão de barris por dia, e aceitaram convidar o Brasil para se tornar parte da organização, segundo delegados da entidade.
Como parte do acordo firmado nesta quinta-feira, a Arábia Saudita também concordou em estender o corte de 1 milhão de barris por dia anunciado em junho. A expectativa é que as medidas aumentem os preços da commodity em um momento em que as tensões geopolíticas são elevadas, especialmente no Médio Oriente.
Apesar das tensões, o grupo concordou em convidar o Brasil, o maior produtor de petróleo da América do Sul, como novo membro da Opep+, segundo delegados. O Brasil, cuja produção tem crescido de forma constante nos últimos anos, produziu 2,3 milhões de barris por dia no terceiro trimestre deste ano.
Com a perspectiva de corte de produção, o preço do petróleo Brent, o contrato de petróleo mais negociado, subiu cerca de 1,5% nesta quinta-feira (30), para mais de US$ 84 o barril, depois de cair durante a maior parte do mês passado.
Depois que o “Wall Street Journal” divulgou ontem a possibilidade de um corte extra de 1 milhão de barris, analistas disseram esperar que o ato manteria os preços do petróleo acima de US$ 80, mas provavelmente não acima de US$ 90 por um período significativo.
A reunião da Opep, normalmente realizada em Viena, foi feita virtualmente depois de ter sido adiada na semana passada devido a divergências sobre os cortes. A reunião envolveu um debate acalorado sobre o tamanho dos cortes e como a redução seria distribuída entre os membros, disseram os delegados.
Os detalhes exatos do acordo, se houver, não estavam claros. Antes da reunião, a Arábia Saudita, o maior produtor mundial de petróleo, pressionou por novos cortes devido à recente queda nos preços do petróleo e às preocupações com a baixa demanda do produto no mercado.
A Arábia Saudita, que está realizando um ambicioso programa de expansão, incluindo uma nova cidade gigante no deserto, precisa que os preços dos barris fique em torno de US$ 88 para obter equilíbrio fiscal.
Nigéria e Angola, os dois maiores produtores de petróleo da África, têm resistido a uma redução das cotas de produção, assim como os Emirados Árabes Unidos.
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Guarda em frente a sede da Opep, em Viena — Foto: Akos Stiller/Bloomberg
Fonte: Valor Econômico

