Por Sérgio Tauhata, Valor — São Paulo
04/09/2023 16h30 Atualizado há 17 horas
A oferta de crédito pelo Pix será um das próximas fases de evolução do sistema de pagamentos instantâneo, afirmou hoje o diretor de organização do sistema financeiro e de resolução do Banco Central, Renato Gomes, durante “live” promovida no canal da autoridade no YouTube. Segundo o dirigente, “a oferta de crédito é uma grande avenida de desenvolvimento do Pix”.
Gomes ponderou haver uma conexão entre o futuro Pix crédito e a implentação do open finance. Segundo o diretor do BC, “quando formas de crédito forem oferecidas via Pix, o canal será o open finance”.
De acordo com o dirigente, “a ideia é que o Pix e open finance conversem” para que o mercado possa criar produtos de financiamento. “O crédito no Pix tem de bem servir o consumidor e a sociedade.”
O diretor do BC confirmou que o lançamento do Pix automático, ou seja, a funcionalidade que vai permitir aos usuários realizar pagamentos recorrentes mediante uma autorização prévia, vai ocorrer até o fim do segundo trimestre de 2024. “Com o Pix automático, qualquer empresa ou recebedor poderá ter seu débito automático, sem precisar fazer um convênio com as instituições”, pontuou.
Na live, Gomes contou algumas curiosidades sobre o sistema de pagamentos instantâneo. Conforme o dirigente, o maior valor já transacionado via Pix foi de R$ 1,2 bilhão, realizado em dezembro de 2022.
Apesar dessa operação bilionária, os valores movimentos no sistema são, na maioria, de valores reduzidos. Conforme Gomes, cerca de um terço das transações são de menos de R$ 20. Uma fatia de apenas 7% alcança transferências acima de R$ 200.
Em termos de valores transacionados totais, o Pix movimenta R$ 1,4 trilhão por mês. Segundo Gomes, são mais de 3 bilhoes de operações mensais no sistema.
Inclusão financeira
O diretor do BC também citou estatísticas de inclusão financeira. O dirigente apontou que, se for considerado o universo de pessoas que, antes do Pix, nunca haviam feito transferência digital, como TED ou DOC, houve um acréscimo em um ano de 71,5 milhões de pessoas que passaram a utilizar o pagamento instantâneo.
São cidadãos que passaram a fazer parte do sistema financeiro nacional, ou seja, que foram introduzidos a um novo mundo de serviços financeiros, ofertas de crédito e de seguros. Antes do Pix, quem não tinha cartão de crédito tinha dificuldade de fazer comércio online. Agora, as pessoas conseguem comprar em marketplaces digitais, aplicativos de delivery e streaming de músicas só com uma conta transacional.”
Fonte: Valor Econômico

