As companhias brasileiras aceleraram o volume de emissão de títulos de dívida no exterior. No ano até agora, já foram US$ 21 bilhões, aproximando-se do total feito no ano passado inteiro, de US$ 23 bilhões. Na América Latina, só o México tem ritmo parecido. Os bancos já revisaram suas projeções para o segmento e esperam um saldo de ao menos US$ 30 bilhões no ano no país — o maior volume em quatro anos.
Só não deve ser ainda maior, segundo coordenadores, porque algumas companhias estão avaliando emissão doméstica de debêntures incentivadas neste segundo semestre, antes que passe a valer a mudança tributária. No mercado de bonds, as empresas com rating triplo A têm tirado vantagem de um spread mais apertado em relação ao título do Tesouro americano para se financiar no mercado internacional, e também não houve um estresse no mercado secundário como reflexo da guerra comercial. “Tem muito nome ainda por vir em bonds”, afirma um banqueiro de investimentos.
Na prospecção das instituições para potenciais emissores neste semestre e no início do ano que vem estão nomes como Rumo, Inpasa, PetroRio e Petrobras; utilities como Eletrobras, Sabesp, Iguá e Aegea; companhias de data centers que buscam refinanciamento em dólar, como Ascenty e Scala; instituições financeiras como XP, Nubank, BTG Pactual e Banco do Brasil; e industriais, como CSN, Suzano e Embraer. No ano que vem, a atividade deve ficar concentrada principalmente no primeiro semestre, com as empresas tentando evitar a volatilidade eleitoral.
Fonte: Valor Econômico

