Os investidores de renda fixa terão que aumentar ao longo do tempo a parcela de ativos que não oferecem isenção fiscal em seus portfólios, considerando a escassez de oferta e a nova realidade de preços em produtos isentos. A avaliação é da gestora ARX e aparece em carta enviada a clientes nesta semana.
Para a equipe de gestão, a diferença de retorno real líquido de Imposto de Renda em produtos com e sem a isenção ficou “magra” nas condições atuais.
Nos últimos meses, mudanças em regras como as de emissões de certificados de recebíveis imobiliários e do agronegócio (CRI e CRA) mexeram na prateleira de produtos disponíveis aos investidores e no preço dos ativos.
“Em termos de alternativas de produtos de investimento, as alterações reduzem consideravelmente a disponibilidade de ativos isentos para pessoas físicas, pressionando o prêmio pago por empresas que continuam com acesso aos instrumentos isentos”, diz a ARX.
Os gestores, porém, acreditam que do ponto de vista dos preços, as alterações já foram refletidas nos dias subsequentes ao anúncio. As debêntures incentivadas, por exemplo, tiveram uma compressão de spreads “saindo de um nível historicamente baixo para patamares próximos às mínimas históricas.”
Outra novidade de 2024, a criação das debêntures de infraestrutura (que terá o benefício fiscal para o emissor e não para o investidor), também terá impacto no mercado, mas os gestores dizem não acreditar em uma substituição das debêntures incentivadas.
Elas, porém, devem competir pelos mesmos lastros e, portanto, “reduzirão em algum grau a oferta das incentivadas para os investidores finais”, afirmam.
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Nova realidade deve levar investidor a buscar mais ativos sem isenção fiscal — Foto: Gerd Altmann/Pixabay
Fonte: Valor Econômico

