Uma questão importante no atual ciclo de combate à inflação global é se haverá um “descolamento” entre os países, afirmou o diretor de política econômica do Banco Central, Diogo Guillen, durante o evento do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Fundação Getúlio Vargas (FGV) sobre o cenário econômico para América Latina e Caribe.
“Dados os choques globais, houve uma correlação [de alta da inflação] em todo o mundo, e agora a grande questão é se veremos uma desacoplagem [com diferentes ciclos de política fiscal e monetária] ou não em diferentes países”, afirmou.
Conforme o diretor do BC, “não estamos sozinhos, muitas coisas que vemos no Brasil estão acontecendo em outros países”. Guillen ressaltou que “aprendemos com também a experiência dos outros”.
O dirigente destacou que o processo inflacionário e desinflacionário tem diversas particularidades. “É o mesmo espírito de descascar a ‘cebola’ da inflação”, comparou. “Desvendar as camadas [das forças que têm moldado o cenário econômico atual].”
Guillen citou a resiliência do mercado de trabalho. “Continuamos a ver contratações, mas não vemos pressões em salários e outros países estão tendo esse mesmo cenário. O crescimento surpreendeu e esperamos ver alguma moderação [à frente]. E porque somos brasileiro temos debates sobre política fiscal, taxa neutra, PIB potencial, mas quando olhamos outros países algumas dessas questões também estão aparecendo.”
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Diogo Guillen, diretor de política econômica do Banco Central — Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Fonte: Valor Econômico
