A média de retorno dos multimercados com gestão ativa no ano ficou em 0,30% até abril, muito aquém do referencial do CDI, de 3,54%, segundo levantamento da Luz Soluções Financeiras. O mapeamento inclui 243 portfólios, sem distinguir estratégias macro, de ações, crédito, global ou quantitativas.
Nos primeiro quatro meses do ano, só 33 carteiras superam o principal referencial de mercado. Um grupo de 160 fundos tem retorno positivo em 2024, com 83 no vermelho.
Nesta amostra, mesmo quando se estica o horizonte de avaliação, os resultados não são muito diferentes. Em 36 meses, a média de rentabilidade é de 21,51%, em comparação a 36,36% do CDI no período. São 207 carteiras com desempenho positivo e 15 com performance negativa.
“Os fundos multimercados alfa [que buscam retorno adicional a um referencial de mercado], geralmente têm como meta proporcionar uma rentabilidade ao investidor superior ao seu benchmark. E isso, realmente, não tem acontecido”, observa Jadson João Alves da Silva, responsável pelo mapeamento.
Em 12 meses, a rentabilidade média ficou em 9,62%, ante 12,33% do CDI. Em 24 e 36 meses, menos fundos tiveram desempenho negativo, mas apenas 11,93% e 13,99% das carteiras pesquisadas conseguiram retorno maior que o juro das trocas do interbancário, que anda colado na Selic, a taxa básica da economia.
A queda da rentabilidade é a principal justificativa para a perda de captação da categoria. Os dados de fluxo mostram que os multimercados registraram resgates líquidos de R$ 42,284 bilhões neste ano. Em 12 meses, saíram R$ 171,6 bilhões.
Quando se analisam apenas as carteiras com a melhores performances, o levantamento da Luz aponta que a rentabilidade média proporcionada aos cotistas é quase o dobro do CDI. Na amostra analisada, as dez melhores acumulam retorno médio no ano de 6,96%, o equivalente a 197% do CDI.
Em 12 meses, a performance se mantém, com a rentabilidade média atingindo 24,48%, ou 199% do CDI. Em 24 e 36 meses, as 10 melhores carteiras também superaram o CDI, com rentabilidade média acumulada de 37,59% (ou 137% do CDI) e 48,48% (ou 133% do CDI), respectivamente.
A questão é que não são as mesmas carteiras que despontam com os melhores desempenhos nas diversas janelas avaliadas. Tentar escolher um fundo olhando pelo retrovisor não costuma ser uma boa estratégia, o investidor precisa conhecer o estilo de gestão do fundo, a consistência de resultados e saber que fatores levaram à performance mais deprimida em determinado período. Sair um fundo que não performou para um que teve melhor desempenho pode significar perder a recuperação e realizar um prejuízo.
Na lista de portfólios com melhor performance em 12 meses aparecem multimercados com viés de arbitragem em ações, caso do Guepardo Long Bias (44,14%), o Navi Long Biased (23,29%), o Oceana Long Biased (22,60%) ou o SPX Hornet Equity Hedge (20,39%), além do SPX Falcon Institucional (23,32%) e a carteira de ações estrangeiras Go Global ESG (com hedge cambial) da Santander Asset (24,01%).
fonte: valor econômico

