O Brasil registrou, em 2020, a morte de 210,7 mil empresas empregadoras, de acordo com a pesquisa Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo 2022, divulgada nesta quinta-feira (5) pelo IBGE. O instituto destacou que nas empresas fechadas havia 774 mil assalariados no ano de referência, o que correspondia a 2,4% do total de 32,411 milhões de assalariados nas empresas.
O levantamento também mostrou que, do total de 210,7 mil mortes de empresas em 2020, 59,5 mil, ou 28,2%, aconteceram “de fato” pelo encerramento da atividade da companhia ou pela interrupção de pelo menos 24 meses após o ano de referência. As demais 151,2 mil mortes, ou 71,8% do total, aconteceram por declínio, que é quando há a perda dos empregados, ainda que essas empresas constem como ativas nos cadastros, por pelo menos 24 meses após o ano de referência.
O estudo publicado hoje é um recorte do Cadastro Central de Empresas (Cempre). De acordo com o levantamento, o Brasil tinha 7,9 milhões empresas ativas em 2022. Dessas, 2,6 milhões eram empregadoras e ocupavam 40,5 milhões de pessoas, sendo 36,5 milhões como assalariadas. Os salários e outras remunerações pagos por essas entidades totalizaram R$ 1,4 trilhão, com um salário médio mensal de R$ 3,1 mil.
O levantamento também analisou a taxa de mortalidade das companhias. As 210,7 mil mortes de 2020 significaram uma taxa de mortalidade de 9% dentro do universo de 2,348 milhões de companhias empregadoras.
“Percebe-se que, no período analisado, houve um movimento de queda na taxa de mortalidade das empresas empregadoras ao longo dos anos”, frisou o IBGE.
A taxa caiu de 12,2% em 2015 para 12% no ano seguinte e teve dois aumentos seguidos depois disso: para 12,4% em 2017 e para 12,7% em 2018. Desde então, caiu para 11,1% em 2019 e para 9% no ano seguinte.
Alto Crescimento
A pesquisa também analisou as empresas de alto crescimento no país. Em 2022 existiam 70.032 empresas de alto crescimento, que empregavam 8 milhões de assalariados e pagaram R$ 317,4 bilhões (2,8 salários mínimos em média). A pesquisa considera empresas de alto crescimento aquelas com 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas e crescimento médio de pessoal ocupado assalariado de pelo menos 10% ao ano, por um período de 3 anos. Até a edição anterior da pesquisa, o critério era de um crescimento de 20% no pessoal ocupado assalariado.
As empresas de alto crescimento representavam, em 2022, 13,8% das companhias com 10 ou mais assalariados, representando 26,7% do pessoal assalariado e 24,6% dos salários e outras remunerações. Essas companhia de alto crescimento apresentaram tamanho médio de 114,2 empregados, quase o dobro da média de 58,8 observada entre as empresas com 10 ou mais pessoas assalariadas.
Das empresas de alto crescimento, 6.623 eram gazelas, ou seja, tinham até 5 anos de nascimento. Essas companhias gazelas de alto crescimento absorveram, em 2022, 409,5 mil pessoas assalariadas e pagaram 2,1 salários mínimos.
Até a edição passada, a pesquisa de demografia das empresas do IBGE analisava todas as entidades empresariais ativas, inclusive as não empregadoras. A partir deste ano, porém, sofreu uma alteração metodológica que considera apenas as companhias empregadoras.
Fonte: Valor Econômico

