Por Paula Martini — Do Rio
16/02/2023 05h01 Atualizado há 4 horas
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, afirmou que o banco não discute o retorno da Taxa de Juros de Longo Prazo, a TJLP, e negou que esteja propondo retirar recursos do Tesouro Nacional.
Mercadante falou com jornalistas após coletiva de imprensa do Comitê Orientador do Fundo Amazônia (Cofa), reinstalado ontem. O presidente do BNDES afirmou ainda que a flexibilização da Taxa de Longo Prazo (TLP), balizadora dos empréstimos do banco, não passa por uma taxa abaixo da Selic, que atualmente está em 13,75% ao ano.
“A TJLP não vai voltar. A ideia é ter um leque de opções no lugar da TJLP”, disse Mercadante. “Nós não estamos falando em redução abaixo da Selic. Entre Selic e TLP tem imenso espaço. A TLP é uma taxa muito volátil que prejudica principalmente as micro e pequenas empresas”, acrescentou.
A Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) foi substituída pela TLP (Taxa de Longo Prazo) em contratos de financiamento firmados a partir de 1º de janeiro de 2018.
O presidente do banco de fomento também voltou a pregar uma isonomia na relação entre o BNDES e a União, mas negou estar defendendo a retirada de recursos do Tesouro Nacional.
“Temos que chegar a uma relação de equilíbrio com o Tesouro. O que não dá é para o BNDES ser um instrumento financiador do Tesouro como continua sendo. Falei como exemplo dos dividendos: pego a taxa de juros, tudo isso é retirar recurso da economia e mandar para o Tesouro e isso não é papel do banco”, afirmou.
Na terça-feira, após reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Mercadante defendeu que a instituição pague em dividendos para o Tesouro Nacional o mesmo percentual pago pelo Banco do Brasil (BB).
Mercadante disse ainda que está em estudo o lançamento de uma letra de desenvolvimento, a exemplo da LCI e da LCA, para “captar recursos ao mercado e melhorar as condições de crédito”.
O presidente negou ainda que o seminário que o BNDES está organizando para março tenha como objetivo “atropelar” a discussões do Ministério da Fazenda sobre uma nova âncora fiscal. “Fizeram uma leitura porque não consultaram nem a mim nem a ele [Fernando Haddad, ministro da Fazenda]. Mesmo porque o novo marco fiscal já vai estar pronto [na época do seminário], não tem interferência nenhuma”, disse.
Fonte: Valor Econômico

