11 Jan 2024 FERNANDA TRISOTTO
A ministra da Gestão, Esther Dweck, anunciou ontem a publicação do edital do concurso público unificado para 6,6 mil vagas neste ano. A expectativa é de que haja entre 2 e 3 milhões de inscrições. De acordo com a ministra, a intenção do governo é realizar esse tipo de concurso a cada dois anos.
O processo seletivo foi anunciado com o governo enfrentando pressão de categorias por reajuste de salários, reposição de servidores e melhores condições de trabalho.
No dia 2 deste mês, servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) anunciaram paralisação das atividades de fiscalização da instituição por melhores salários e condições de trabalho.
A contratação de servidores é uma das principais reivindicações dos funcionários do órgão, que enviaram carta ao presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho. Hoje, só 49,2% dos servidores especialistas em ambiente estão em atividade.
Auditores fiscais também estão parcialmente em greve há pelo menos 50 dias pedindo reajuste de salário. De acordo com a categoria, 30% do efetivo é mantido nas aduanas do País.
Por outro lado, algumas categorias foram beneficiadas por aumentos, como a Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária Federal (PRF) (mais informações nesta página).
Esther afirmou ontem que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi a inspiração para o governo lançar o concurso unificado, que trará vagas para 21 órgãos diferentes. O edital do concurso foi publicado ontem (mais informações nesta página).
“Esse concurso é uma das maiores inovações de se pensar o Estado brasileiro e faz parte da nossa lógica de transformação. (…) Toda inovação gera dúvidas. Depois que as pessoas conhecerem os detalhes, nossa ideia é que se torne algo permanente, provavelmente não anualmente, mas algo como bianual”, disse a ministra em entrevista coletiva, ao lado de técnicos da sua pasta e representantes de outros ministérios, como o número 2 da Justiça, Ricardo Capelli, e o secretário executivo do Trabalho, Francisco Macena.
A opção pelo modelo de prova unificada atende à necessidade de reposição do quadro de servidores, muito desfalcado em algumas carreiras, e diminui o custo de realização das provas para o governo, permitindo que mais órgãos sejam atendidos no mesmo edital. De acordo com o Ministério da Gestão, nos últimos seis anos, o governo federal perdeu por volta de 73 mil servidores. •
Fonte: O Estado de S. Paulo

