15 Jul 2022 DENISE LUNA e GABRIEL VASCONCELOS
O temor de uma recessão global manteve o preço do petróleo em queda no mercado internacional, com o insumo encerrando abaixo de US$ 100 por barril pelo terceiro dia nesta semana. Na Nymex, o barril do petróleo WTI com entrega marcada para agosto caiu 0,54%, para US$ 95,78, enquanto o do tipo Brent (referência para os preços no Brasil) para o mês seguinte recuou 0,47%, para US$ 99,10, na ICE.
Pela manhã, a commodity chegou a atingir os menores níveis desde 25 de fevereiro, dia seguinte à invasão da Ucrânia pela Rússia, cotada a US$ 94,50 por barril – ante US$ 96,84 em 23 de fevereiro. Mas as cotações voltaram a subir ao longo da tarde.
A economia dos Estados Unidos enfrenta um agressivo aperto monetário na tentativa de domar a alta da inflação, enquanto a Europa segue fragilizada pelos efeitos da guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Outros fatores têm contribuído para derrubar a cotação do óleo, como a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de manter inalterada a previsão para demanda de petróleo no mundo e a piora na pandemia da covid-19 na China.
A queda de preços é uma boa notícia para o consumidor brasileiro, que já está sentindo nas bombas dos postos a redução do gasto por conta da diminuição das alíquotas do ICMS, limitadas a 18% em todo o País. Também é um alento para a nova administração da Petrobras, empresa que ficou sob ataque do governo nos últimos meses depois dos seguidos reajustes de preços no varejo.
Para a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o preço da gasolina poderia cair R$ 0,20 em média nas refinarias brasileiras. Na quarta-feira, os preços do combustível no Brasil ficaram em média 5% acima dos valores no mercado internacional. O impacto só não é maior por conta do dólar, que se mantém em alta, acima dos R$ 5,40.
Fonte: O Estado de S. Paulo

