Por Andrea Jubé, Renan Truffi, Vandson Lima, Isadora Peron e Luísa Martins — De Brasília
10/11/2022 05h00 Atualizado
Em sua primeira visita como presidente eleito aos chefes dos Poderes Legislativo e Judiciário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu início, na quarta-feira, às articulações para aprovar ainda neste ano a PEC da Transição.
A proposta de emenda constitucional é considerada essencial para que sejam cumpridas algumas promessas feitas por Lula durante a campanha eleitoral, como a manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600 e o aumento do salário mínimo. Na quarta-feira, avaliava-se nos bastidores que a PEC poderia viabilizar despesas de aproximadamente R$ 175 bilhões fora do teto de gastos para o Auxílio Brasil ampliado.
Lula reuniu-se logo pela manhã com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), a primeira autoridade a telefonar para o petista para cumprimentá-lo pela vitória nas urnas após o resultado da eleição. Os dois ficaram a sós por alguns minutos na residência oficial do presidente da Câmara. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que seu partido não terá candidato na disputa pelo comando da Casa.
Lira espera que o futuro governo petista não interfira na eleição interna da Câmara, marcada para fevereiro de 2023, ou até mesmo componha com seu grupo político a fim de garantir espaços de poder na Mesa Diretora e nas comissões temáticas. Lula ainda se reuniu com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que também pretende se reeleger com o apoio do PT.
Em entrevista coletiva, Lula disse que ainda não sabe quem é oposição ao seu governo. “Nós tivemos apenas uma conversa com o presidente da Câmara, uma conversa com o presidente do Senado. Há muita disposição dos dois em concordância com aquilo que estamos propondo.”
O presidente eleito também teve reuniões com os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes.
Na quarta-feira, o TSE informou que o relatório do Ministério da Defesa não apontou “fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas”.
Fonte: Valor Econômico

